Com o crescimento da disseminação do novo coronavírus no país, aumentou também a preocupação com os trabalhadores que atuam na “linha de frente” do combate à pandemia. Os profissionais de saúde são aqueles mais diretamente afetados pela crise, na medida em que a população passa a depender deles para ter acesso a tratamento, mas também ficam extremamente expostos ao contágio da doença. Para tentar compreender o impacto da Covid-19 sobre os profissionais da saúde, o Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB), da Escola de Administração de Empresa de São Paulo (EAESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizou a pesquisa “A pandemia de Covid-19 e os profissionais de saúde pública no Brasil”, divulgada nesta terça (26).
O survey online foi realizado com 1.456 profissionais da saúde pública, de todos os níveis de atenção e regiões, entre os dias 15 de abril e 1º de maio de 2020. Em média, 64,97% dos profissionais da saúde entrevistados não se sentem preparados para lidar com a crise da Covid-19. Apenas 14,29% se sentem preparados e o resto não sabe responder. Os estados do Norte e Nordeste parecem estar em situação ainda mais frágil quanto à preparação dos profissionais. E, dentre os profissionais analisados, os agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate à endemia (ACE) são aqueles que se sentem mais despreparados (apenas 7,61% se sentem prontos para enfrentar a crise). O índice é também bastante preocupante entre profissionais de enfermagem, dos quais apenas 20,09% dizem se sentir preparados.