Em 2020, a pandemia de covid-19 trouxe a necessidade do isolamento social em vários países. Diante do problema, foi sancionada no Brasil a Lei 13.989/20, que autoriza o uso da telemedicina no período pelo qual se estender a pandemia. Isso possibilitou o acompanhamento médico a distância, por meio da telecomunicação, diminuindo a disseminação do vírus.
Uma grande contribuição à telemedicina, tão necessária neste momento, é encontrada no que a Inteligência Artificial (IA) possibilita. Agilizando a triagem e o envio de informações, ela deixa mais tempo para o médico se concentrar no paciente.
O que este momento traz de novo para a Medicina?
A Medicina enfrenta um momento crucial de sua história. Na linha de frente, uma das mais promissoras aliadas tem sido a IA. Auxiliando em triagens, diagnósticos, comunicação, entre outros, o trabalho do médico passa a voltar-se ao paciente.
A IA utiliza algoritmos para simular uma característica essencialmente humana: a inteligência. Ela é capaz não apenas de seguir uma programação pré-estabelecida, mas também de gerar novos algoritmos a partir dos dados que coleta. Em outras palavras, ela é capaz de aprender. É possível criar assistentes virtuais que fazem triagens, agendamentos, envio de informações em tempo real, além de sistemas altamente eficientes de análise de dados.
Na especificidade da Medicina, os sistemas de inteligência artificial baseiam-se em modelos nosológicos e relacionam-se com os fatores ligados ao paciente. No combate ao vírus, ela mostra que tem potencial para transformar a forma de fazer Medicina.
Um bom exemplo é um sistema de IA desenvolvido por um braço de uma grande empresa de pesquisas chinesa. Ele auxilia o diagnóstico de covid-19 analisando tomografias de tórax. A análise tem precisão de 96% e leva apenas de 3 a 4 segundos.
Aqui no Brasil, também há iniciativas em inteligência artificial para ajudar no combate à pandemia. Startups e empresas de diagnóstico desenvolveram assistentes virtuais para agilizarem a triagem. Através da IA, o assistente identifica se há indícios de infecção por coronavírus e se há necessidade de procurar atendimento hospitalar.
Assim, auxiliando no enfrentamento à pandemia, a IA mostra seu enorme potencial.
Além da pandemia: uma Medicina mais precisa e humana
Sem dúvidas, o contato humano entre médico e paciente é essencial, tanto para o diagnóstico correto quanto para o acompanhamento humanizado. A IA não é e não deve ser vista como uma substituição do profissional, mas um auxílio.
Uma pesquisa realizada pela MIT Technology Review Insights fez um levantamento com 908 médicos, dos quais 61% afirmaram que utilizar a IA diminuiu o tempo gasto atualizando registros e escrevendo relatórios; 45% tiveram mais tempo para as consultas e 46% puderam se dedicar mais a cirurgias.
Isso é resultado da multiplicidade de tarefas que a inteligência artificial pode realizar. Conheça algumas delas:
- Envio de notificações e lembretes em tempo real, mantendo médico e paciente por dentro de tudo e conectados.
- Armazenamento de dados em nuvem, gerando economia de espaço em dispositivos e acesso facilitado.
- Suporte à telemedicina, com triagens e agendamentos automatizados.
- Análise precisa de dados, auxiliando o médico no diagnóstico.
Fica evidente, então, que a IA é uma grande aliada no atendimento médico. A pesquisa da MIT Technology Review Insights apurou, ainda, que 7 em cada 10 instituições de saúde já adotaram ou consideram adotar a IA. É um modelo eficaz que, embora não tenha se iniciado agora, certamente ganhará força e se estabelecerá.
A instituição, o médico e o paciente: ganhos para todos
Devido às melhorias oferecidas à qualidade do atendimento, o uso da IA é benéfico para todos os envolvidos. Seja a instituição de saúde – e todos seus colaboradores -, o médico no consultório particular, ou o próprio paciente, que recebe um atendimento mais humano e de alta performance no que tange a precisão de seu diagnóstico e do tratamento escolhido.
Confira os benefícios oferecidos a cada parte dessa equação:
- Instituições de saúde: eficiência e redução de custos
Públicas ou privadas, as instituições ganham em desempenho. Com a redução da carga sobre os médicos e demais funcionários, a produtividade aumenta e o atendimento torna-se mais rápido e humano.
Além disso, a precisão dos procedimentos reduz gastos com repetição de exames e oferece melhor suporte aos médicos. Tudo isso aumenta a qualidade do atendimento, a satisfação dos pacientes e a credibilidade da instituição.
- Médicos: gestão e desempenho otimizados
Já os médicos que trabalham em consultórios particulares precisam de toda ajuda possível para reduzir o tempo das tarefas e ter uma maior e melhor produtividade. Com a adoção da IA, isso se torna possível.
Os agendamentos de consultas, por exemplo, podem ser automatizados e o assistente virtual gerencia as tarefas e notifica o médico sobre mudanças importantes no estado dos pacientes. Ela ainda auxilia em diagnósticos mais precisos, economizando um tempo importante na tomada de decisões e na aplicação de tratamentos.
- O paciente: menos complicação, mais satisfação
No fim, essas melhorias refletem-se na experiência do paciente, pois o médico e a instituição podem oferecer um cuidado humanizado e de excelência.
Ele passa a ser atendido por um médico menos sobrecarregado e, assim, tem mais escuta e contato humano. Com efeito, sente-se acolhido e pode ser diagnosticado e tratado através de técnicas de ponta e um olhar cuidadoso do profissional.
Tecnologia: criatividade a serviço da razão
Como visto, a IA só tem a agregar aos atendimentos em saúde. Esse é um dos maiores avanços já oferecidos pela tecnologia, que deve representar uma virada na qualidade de todos os serviços e, consequentemente, no padrão de vida da população.
A tecnologia marcou as viradas dos três últimos séculos, transformando nosso modo de viver, trabalhar ou aprender. Reinventando-se constantemente, ela alia o raciocínio lógico à criatividade humana de forma única e produz avanços antes inimaginados.
Não apenas na saúde, mas em todos os setores, tem sido necessário adaptar-se, aprender a lidar com novas ferramentas e vencer as distâncias. Assim, instigada por essas necessidades, a sociedade deu mais um passo em direção ao estabelecimento da Era Digital.
Pois é em momentos de crise que buscamos respostas para novas perguntas. Essas respostas acabam, também, resolvendo problemas mais antigos e tornando-se o modo padrão de fazer as coisas.
A IA é essa nova e promissora resposta. Ela chegou para ficar, transformar paradigmas e melhorar a qualidade de vida de todos.
Bem-vindo à Era Digital.