A Medicina, há muito tempo, está entre os cursos mais concorridos dos vestibulares e é uma das carreiras mais almejadas por jovens em todo o país. Isso se dá tanto pelo retorno financeiro quanto pela nobreza da profissão que se dedica a salvar vidas, entre outros motivos. Consequentemente, esse é um dos cursos com maior oferta de vagas em todo o país – no total, existem 357 escolas de Medicina, segundo a Demografia Médica de 2020, pesquisa organizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
No mesmo ano, juntas, elas ofereceram quase 38 mil vagas de graduação. Isso é resultado de um crescimento que pode ser observado nas duas últimas décadas. Em dez anos, de 2010 a 2020, mais de 20 mil novas vagas foram acrescidas – o número saltou de 16.836 para 37.823, representando um aumento de 124,7%.
Esse panorama é fruto, principalmente, da adoção de políticas e iniciativas de indução do governo federal. Uma das mais conhecidas é a Lei Mais Médicos, de outubro de 2013, que incentivou a implantação de novos cursos, mantidos sobretudo por instituições privadas, com ênfase em municípios do interior. No entanto, apesar desse aumento expressivo no número de vagas em Medicina, a distribuição delas no ano de 2020 ainda se mostrava desigual no território brasileiro.
Conheça um pouco mais desse cenário:
Concentração de vagas (públicas e privadas) por região brasileira
Apesar das regiões já demonstrarem a discrepância na oferta de vagas, a análise das unidades de federação a deixa ainda mais evidente. São Paulo, por exemplo, concentra praticamente um quinto de todas as vagas em escolas médicas do país – são 8.773 em 73 cursos. Veja o ranking com os 10 estados com maior número de vagas – públicas e privadas – no Brasil:
- São Paulo – 8.773
- Minas Gerais – 4.842
- Rio de Janeiro – 3.011
- Bahia – 2.483
- Paraná – 2.209
- Rio Grande do Sul – 1.863
- Goiás – 1.586
- Pernambuco – 1.540
- Santa Catarina – 1.260
- Ceará – 1.143
Do outro lado da tabela, os estados com menor número são Amapá (60 vagas), Roraima (110 vagas) e Acre (161 vagas). Juntos, eles concentram menos de 0,9% das vagas do país.