As redes sociais são uma realidade e um canal de comunicação muito rico para os médicos; lá, eles podem apresentar seus trabalhos e conquistas profissionais e criar relacionamento por meio do mundo digital. Porém, apesar do vasto crescimento das mídias digitais nos últimos anos, muitos médicos ainda se recusam a utilizá-las.
De acordo com Roberta Fernandes, consultora e assessora de marketing na área médica, o médico precisa começar a enxergar o mundo digital como um aliado, e não como um adversário. “A comunicação nas redes sociais é uma via de mão dupla – sendo assim, o médico vai expor sua experiência e o público em geral irá interagir, respondendo e até direcionando o médico sobre quais assuntos mais interessam a esse público-alvo”, explica. Mas como começar a enxergar as redes sociais como um diferencial competitivo?
Conta pessoal × conta profissional
Uma das primeiras dúvidas dos médicos em relação às redes sociais é se eles devem manter uma conta única, reunindo conteúdo pessoal e profissional, ou ter duas contas segmentadas. Segundo Roberta, esse é um dilema muito comum que deve ser analisado caso a caso pelo perfil do médico, pela sua especialidade e seus objetivos. A consultora enxerga dois cenários e aponta as seguintes questões:
- Conta única
Se o médico optar por juntar as redes, as postagens pessoais devem ser pensadas, pois, ainda que o paciente entenda que o médico tem uma vida fora do consultório, ele cria algumas expectativas e não quer se decepcionar. Então, a ideia é postar conteúdo da vida pessoal que agregue a seus pacientes como dicas de contabilidade, conteúdos relacionados à sensibilidade, hábitos saudáveis, entre outros.
- Contas separadas
Mesmo que a escolha seja por deixar redes separadas, o cuidado com a exposição não será muito diferente. Por exemplo, pode ser que o profissional tenha um hobby como fotografia e goste de explorar isso no seu perfil pessoal e não há problema algum nisso.
Porém, os cuidados com temas polêmicos, brincadeiras de tom duvidoso, entre outros comportamentos inadequados, devem ser evitados do mesmo jeito – afinal, mesmo que o perfil seja de acesso restrito, na internet nada é sigiloso, e se uma pessoa tem acesso ao perfil e resolve compartilhar com outras pessoas, o limite do restrito já não funciona mais.
Que tipo de conteúdo o médico deve oferecer em seus posts?
Roberta acredita que nas redes sociais o médico tem a oportunidade de desenvolver um trabalho de promoção da saúde, no qual ele pode abordar os seguintes temas:
- Cuidados preventivos
- Explicar sobre doenças e tratamentos
- Frases inspiradoras
- Datas comemorativas
- Orientações sobre vida saudável
Mas, para conseguir se destacar nas redes, o trabalho de marketing digital deve ser completo, ou seja, não adianta desenvolver bem uma rede social e deixar a outra desatualizada. Também é importante ter alguém preparado para conversar, interagir com os usuários, uma vez que, se as redes sociais não forem respondidas, o trabalho será ineficiente.
Outro ponto ao qual o médico precisa se atentar é o layout. “A questão visual é fundamental, pois é um dos meios de tangibilizar o serviço e trazer percepção de qualidade. Da mesma forma que pensamos no uniforme, na decoração da sala e na logo, devemos pensar na adequação do layout das redes sociais à identidade visual já desenvolvida pela empresa”, esclarece Roberta.
Dicas da especialista
Por fim, Roberta dá algumas dicas para que os médicos consigam se destacar em cada rede social. “Acredito que o médico pode aproveitar esse canal para ter mais proximidade, resultando em relacionamento a longo prazo”, diz.
Outro conceito que pode ser bastante explorado é a credibilidade. Para a consultora, o ambiente digital é um espaço onde é possível divulgar todo o cuidado do médico em sua capacitação e atualização, contando de quais eventos o profissional participou, onde palestrou, que artigos escreveu, pontos importantes que nem sempre conseguem ser propagados durante a visita do paciente ao consultório do médico. “Os primeiros passos para se destacar nesse ambiente estão baseados em ser coerente, oferecer conteúdo relevante, fazendo com que o paciente perceba o médico como autoridade naquele assunto ou serviço”, conclui.