Atualmente, a sustentabilidade de um negócio e sua relação com outras empresas, comunidades e governos passam obrigatoriamente pelo ESG (Environmental, Social and Governance), que significa dar atenção a questões ambientais, sociais e de governança. Qualquer serviço ou empresa que deseja ter vida longa deve enfrentar os desafios atuais levando em consideração esses três aspectos, inclusive, na área da saúde.

Tornar-se uma empresa ESG é um processo que exige conhecimento e investimento. Não apenas financeiro, mas de tempo, capacitação e engajamento de lideranças. A área da saúde, que envolve empresas que visam à melhoria da qualidade de vida das pessoas, os conceitos de ESG devem fazer parte do planejamento e do dia a dia, principalmente aqueles que se referem ao contexto social.

No fator ambiental, a preocupação de estabelecimentos e serviços de saúde é com o descarte de resíduos gerados, que podem provocar contaminação no local onde é depositado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o lixo hospitalar descartado incorretamente é responsável por 116 milhões dos casos de hepatite e 900 mil casos de HIV em todo o mundo por ano. Com a pandemia de Covid-19, o descarte de máscaras ficou na ordem de bilhões e mostrou ainda mais a importância de ser ESG.

No fator social, há muito tempo, constata-se uma piora da saúde física e mental dos profissionais de saúde, que trabalham para cuidar do bem-estar dos outros. Recentemente, uma pesquisa sobre Síndrome de Burnout e ideações suicidas entre médicos, realizada pelo Medscape, portal de conteúdo para profissionais de saúde, mostrou que quase 80% dos entrevistados relataram estar sofrendo do problema e apenas 21% reportaram o início dos sintomas após a pandemia. Esses dados evidenciaram as condições de trabalho a que os profissionais estão submetidos, com carga horária exaustiva e agravamento do estresse emocional ao longo do tempo, bem como a necessidade urgente de adotar medidas de conscientização e autocuidado, de modo a melhorar o acolhimento e o apoio a esses profissionais.

Diversidade é outro assunto que está sendo foco de atenção das empresas na área de saúde, que cada vez mais se conscientizam da necessidade de mudanças. Segundo uma pesquisa da consultoria PwC, 58% dos líderes entrevistados pretendem tomar ações de diversidade e inclusão nas suas empresas. Também tem sido ressaltada a criação de comitês dedicados ao tema, que se reportam diretamente ao Conselho Administrativo da empresa, o que garante independência para fazer diagnósticos e propor planos de ação.

Alcançar as metas propostas pelo ESG faz parte de um processo longo, mas significa ser reconhecido como uma empresa que cuida do meio ambiente, promove impacto social, zela pelos seus funcionários e preza por condutas éticas e transparentes, valores esses cada vez mais valorizados pelo mercado e pelas pessoas.

Fonte: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/esg-uma-sigla-crucial-tambem-no-setor-de-saude/