Durante sua formação acadêmica, entre graduação e residência, os futuros médicos concentram-se no estudo teórico e prático das suas respectivas áreas de atuação. Após anos de preparação, o médico chega ao mercado de trabalho com um certo despreparo em relação à gestão do seu negócio, o que pode interferir diretamente no sucesso da sua carreira. Saber administrar sua profissão é de suma importância para pôr em prática, de forma eficiente e lucrativa, todo o tempo e o dinheiro investidos.
Então, para onde o profissional deve seguir? Carreira solo ou parcerias? O que o mercado tem apresentado como mais assertivo? Existem inúmeras indagações que englobam essas perguntas. Por isso, a fim de informar os médicos interessados no tema, listamos algumas orientações para auxiliá-los nas suas escolhas.
1- Formatos de parcerias
É imprescindível que o jovem médico compreenda as diferentes formas de parceria que podem ser realizadas. As parcerias podem ser feitas por meio de sociedades ou de network, firmadas em uma reciprocidade de indicações entre profissionais. Após a reflexão sobre o melhor modelo possível para a sua carreira, o médico pode montar um consultório como pessoa física (PF) ou uma clínica, como pessoa jurídica (PJ), optando por um serviço com várias especialidades ou como uma clínica especializada.
2- Alinhamento de ideias
Cada parceria possui suas particularidades. Alguns sócios dividem os lucros da operação, outros dividem despesas e enquanto alguns ficam com suas próprias receitas. Valores, princípios e objetivos individuais e profissionais precisam ser alinhados entre os envolvidos. Da mesma forma, é importante estabelecer regras claras sobre o funcionamento da clínica, a admissão de funcionários, a distribuição de lucros e o crescimento ou a diminuição de porte.
3- Planejamento estratégico
Os serviços de saúde também precisam ser estratégicos para obterem sucesso, sendo necessário um planejamento dos negócios para garantir a estabilidade da clínica no mercado e gerar lucro. O planejamento estratégico é um recurso de gestão muito importante. De forma geral, os consultórios médicos devem ser planejados por meio de uma pesquisa bem-feita de mercado, a fim de identificar a demanda pelos serviços, as oportunidades existentes em função do perfil sociodemográfico da região e os custos necessários para o começo das atividades, levando em consideração os impostos.
4- Questões jurídicas
Geralmente, para registrar uma empresa, a primeira providência a ser tomada é contratar um contador – profissional legalmente habilitado para elaborar os atos constitutivos da empresa, propenso a auxiliá-lo na escolha da forma jurídica mais adequada para o seu projeto. Os sócios devem estar quites com a Receita Federal e com o Conselho Regional de Medicina (CRM) para abrir a empresa. Além disso, não podem ser marido e mulher casados sob regime de comunhão universal de bens. O nome empresarial poderá ser uma denominação social ou uma firma social. A denominação deverá designar o objeto da sociedade de modo específico. A firma será composta com o nome de um ou mais sócios.
5- Aspectos legais e tributários
As empresas de prestação de serviços médicos constituídas sob a forma de sociedade simples limitada estão sujeitas à tributação em nível federal e municipal. Uma vez que ela não pratica atos de comércio, está isenta de inscrição estadual. O imposto de renda deve ser apurado trimestralmente, com base no lucro real ou presumido, pois não cabe opção pelo simples nacional. No segmento médico, mais de 90% das empresas escolhem a tributação pelo lucro presumido.