Muitos médicos têm procurado saber o que é renda fixa, uma vez que essa modalidade tem se tornado um dos principais investimentos para quem busca investir com segurança e liquidez. A seguir, o neurocirurgião Francinaldo Gomes nos explica a renda fixa, suas particularidades, vantagens e desvantagens.
Afinal, o que é renda fixa?
Autor dos livros Bolsa de valores para médicos e Meta Médico, Gomes explica que investir em renda fixa é o equivalente a fazer uma concessão do seu dinheiro aos agentes do mercado financeiro.
“Renda fixa é um nome dado a um grupo de ativos financeiros cuja principal característica é um empréstimo feito pelo investidor a uma determinada instituição participante do mercado.
É como se você emprestasse seu dinheiro com uma data já pré-determinada para receber o dinheiro de volta, corrigido com a remuneração que foi negociada”, ressalta.
Há várias opções para efetuar essas operações. Esse empréstimo pode ser feito para o governo, para empresas privadas e para instituições financeiras.
“Ao emprestar seu dinheiro para o governo, você adquire o título público;
ao emprestar seu dinheiro pra uma empresa privada, você adquire uma debênture;
e, ao emprestar o seu dinheiro para uma instituição financeira, como um banco, por exemplo, você adquire um CDB (certificado de depósito bancário), uma LCI (letra de crédito imobiliário) ou uma LCA (letra de crédito do agronegócio)”, detalha.
Particularidades da renda fixa
Segundo Gomes, os ativos em renda fixa se diferenciam dos demais tipos de investimento por dois motivos principais.
O primeiro diz respeito à essência da renda fixa: por ser um empréstimo com a garantia do recebimento, o risco acaba sendo muito baixo quando comparado com outros tipos de ativos, como ações, por exemplo. Além disso, o médico complementa os principais motivos com outra importante distinção.
“Se você sabe quanto receberá no momento em que empresta o dinheiro, o título é chamado de pré-fixado. Por exemplo: um CDB que remunera 15% ao ano. Você tem a certeza de que, até o vencimento dele, receberá 15% ao ano.
Agora, existem também os títulos pós-fixados, cuja remuneração é pós-fixada. Essa remuneração é atrelada ao CDI – índice negociado entre os bancos – ou ao IPCA – índice de preços ao consumidor”, sintetiza.
- Títulos pré-fixados: a rentabilidade já está definida no título e essa será a remuneração recebida no vencimento do título.
- Títulos pós-fixados: estão atrelados a algum índice, como o IPCA ou o CDI. Não é possível verificar quanto será recebido no vencimento do título, mas a rentabilidade está garantida, pois é fixada no índice proposto.
“Essa diferenciação é importante por causa da proteção contra a inflação de preços. Os títulos pós-fixados costumam gerar mais proteção contra a inflação de preço do que os títulos pré-fixados”, pontua.
Vantagens
- Segurança: por variar muito pouco, seu rendimento se torna muito mais previsível, o que traz estabilidade para a carteira;
- Liquidez: possibilidade de resgatar o valor investido a qualquer momento;
- Proteção: os títulos pós-fixados freiam o prejuízo da carteira contra os efeitos corrosivos da inflação de preços.
Desvantagens
- Rentabilidade: rende menos quando comparada com a renda variável, pelo fato de ser altamente segura. Gomes explica: “existe uma regra no mercado que diz o seguinte: quanto maior a segurança de um ativo financeiro, menor a rentabilidade, ou seja, menos ele rende”;
- Garantia: apesar de ser muito raro ter algum tipo de problema, alguns títulos de renda fixa não possuem garantia no mercado, como as debêntures, por exemplo.