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Marketing médico: gerando valor pelas redes sociais

Por:

Beatriz Soares

- 09/08/2023

Marketing médico

Vivendo em uma realidade virtual, em que as grandes formas de contato são realizadas pela internet, é importante entender seu lugar. Falando da Saúde, é necessário que o profissional saiba como começar e o que fazer nas redes sociais, buscando seu nicho de assuntos e o público que deseja atingir, para construir um diálogo mais efetivo, gerando valor pelas redes sociais.

Como iniciar nas redes sociais?

O primeiro passo para iniciar o processo e gerar valor pelas redes sociais é traçar quais são seu principais objetivos para essa jornada. Estar atento às atualidades e ao que está presente no seu dia a dia torna-se um aliado diário para a construção de um bom pilar para uma caminhada sólida e constante nas redes sociais.

1. Identifique seu público-alvo

Antes de começar a produzir seus conteúdos, primeiro é preciso identificar para quem você está falando. Para Renato Gregório, CEO do Universo DOC e autor do livro Marketing médico – criando valor para os pacientes, há duas preocupações que são as principais antes de investir nas redes sociais.

“A primeira é: qual o perfil do meu público-alvo? Se sou endocrinologista, tenho pacientes com idades mais avançadas? Maduros e idosos? Tenho que entender bem qual é o meu perfil de público-alvo para que eu possa gerar um conteúdo alinhado com essa expectativa”, explica.

2. Use as redes sociais para cunho educacional

O profissional da Saúde deve, principalmente, utilizar as redes para fornecer aos seus seguidores informações educativas e genéricas, relacionadas a práticas saudáveis ou a ações preventivas. Deve informar sobre riscos e benefícios de tratamentos, mas deixando sempre bem claro que cada caso é único e que recomendações dirigidas a uns podem não ser adequadas para outros.

“Quando decido usar as redes sociais como ferramenta para me apoiar na minha prática, preciso me preocupar de o meu conteúdo ter cunho educacional. O primeiro papel ali é educar e informar. Se sou um especialista em diabetes, por exemplo, posso ajudar esse público a lidar melhor com a sua condição”, exemplifica o especialista.

3. Mantenha a frequência de postagens

Pensar na frequência de postagens das mídias digitais é ideal para agregar significado às postagens, imprimindo uma sensação de constância para quem está visualizando de fora. Muitas vezes, achamos que a quantidade de postagens e de produções influencia no retorno, mas nem sempre é assim.

Para Gregório, o profissional da Saúde, começa a publicar de início muito conteúdo e em dois ou três meses ele para. “O plano e a frequência são importantíssimos para ele pensar o que pode postar e o quanto custa. Pode não custar dinheiro, mas custa o tempo dele. Não é de graça”, ressalta.

4. Seja autêntico

Nas redes sociais, podemos observar diversos exemplos de sucesso, como perfis que conquistaram milhares de pessoas e que possuem grande engajamento, mas não devemos nos espelhar no que eles entregam. O principal segredo para gerar valor pelas redes sociais é a autenticidade do profissional, saber qual é o seu perfil e jamais se encaixar dentro de um padrão já definido.

“O principal aliado do médico é a autenticidade. Ser autêntico e ser quem ele é. Se ele é sério, postará coisas sérias. Se ele é brincalhão, postará de uma forma mais informal. Não se sustenta se o profissional não for quem ele é no dia a dia. Isso pode até gerar uma interpretação ruim de um paciente que o segue no Instagram, por exemplo, e vê a personalidade brincalhona, mas, quando chega no consultório, o profissional não é nada daquilo, é mais sério” defende Gregório.

5. Ouça seus pacientes

Muitos podem se questionar como devem começar: qual conteúdo abordar, como montar um material de suporte, entre outras dúvidas. Mas a principal ferramenta para criar conteúdo está no dia a dia do médico, dentro do seu consultório. O contato com o paciente agrega valor e auxilia na busca do nicho do profissional.

Para Gregório, a alma da comunicação digital do profissional da Saúde está no contato e na interação com seu paciente. “No dia a dia, as dúvidas dos pacientes são, em geral, o principal elemento e substrato para que ele possa, em cima daquilo, criar conteúdo. Essa dúvida que está no consultório dele é a dúvida que ele precisa atender ou satisfazer. Acredito que estar atento, com os ouvidos abertos para o paciente, ter empatia, perguntar ao paciente algumas questões e se colocar no lugar do outro é o caminho”, orienta.

Ouvir seus pacientes vai além de somente entender suas queixas e dores. Ouvi-los é também atender seus questionamentos e sanar dúvidas. Por isso, algumas dicas são valiosas para esse processo:

Entenda o perfil dos seus pacientes: faça uma análise de sua especialidade e o perfil dos pacientes que atende em seu consultório. Isso facilitará na hora de você entender como abordar determinados assuntos.
 
Identifique os assuntos mais frequentes no seu consultório: não há fonte melhor que seus próprios pacientes. Por isso, realizar um levantamento dos principais questionamentos e assuntos abordados dentro de seu consultório é extremamente importante.
 
Perceba quais dúvidas são mais frequentes: dúvidas frequentes também são interessantes, afinal, apresentam grandes chances de serem dúvidas também nas redes sociais. Isso auxiliará a trazer assuntos que são bastante procurados, gerando conteúdo personalizado e com mais chance de alcance.
 
Catalogue esses questionamentos: em parceria com as dicas anteriores, catalogar os assunto mais frequentes servirá como uma boa base para a produção dos conteúdos, criando um grupo de assuntos que pode ser sempre atualizado.
6. Escolha bem as ferramentas

Você já entende quem é seu público-alvo e já possui uma base de conteúdos interessantes, mas ainda não sabe qual a melhor ferramenta para iniciar? Tenha em mente que há diversos caminhos a serem seguidos: contratar uma consultoria, contratar uma empresa de marketing ou até mesmo seguir sozinho. São várias as possibilidades, mas é importante escolher a opção que melhor se adeque ao seu perfil e aos seus objetivos.

Segundo Gregório, quando o profissional possui uma clínica ou tem um fluxo para investir, contratar uma consultoria poderia ser o ideal. “Direcionar uma parte do faturamento para uma equipe de marketing digital auxiliar na comunicação digital pode não só impulsionar o fluxo de novos pacientes, mas também ajudar na manutenção dos pacientes atuais”, pontua o especialista.

Outra questão está relacionada ao cuidado para escolher a melhor consultoria. É preciso escolher uma que seja especializada ou que tenha conhecimento sobre comunicação digital aplicada à área da Saúde. Gregório explica que o médico precisa ter certo conhecimento sobre isso para que não opte pela errada. “Só vou saber me comunicar à medida em que conheço esse mercado. É um mercado que tem restrições do Conselho Federal de Medicina (CFM) e dos conselhos regionais de Medicina (CRMs). É um mercado no qual tenho que gerar credibilidade e cuidar da minha marca”, alerta.

7. O que não fazer nas redes sociais

Diante dessas novas ferramentas de comunicação, é preciso estar atento às normas e resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo o Manual de Publicidade Médica, elaborada pelo conselho: “A necessidade de informar o paciente e a sociedade sobre os avanços científicos e tecnológicos, bem como o direito de divulgar a habilitação e a capacitação para o trabalho, entre outros aspectos, não pode ultrapassar os limites éticos”.

Erros que o profissional deve estar atento para não cometer
  • Realizar divulgação publicitária a fim de priorizar seu interesse pessoal;
  • Divulgar especialidades ou áreas de atuação não reconhecidas pelo CFM;
  • Veicular publicamente informações que trazem intranquilidade à sociedade;
  • Garantir, prometer ou insinuar bons resultados de tratamento sem comprovação científica;
  • Sugerir diagnósticos ou tratamentos de forma genérica, sem realizar consulta clínica individualizada e com base em parâmetros da ética médica e profissional.

Por tanto, a utilização das plataformas sociais deve ter como objetivo a educação de seu público. Uma excelente maneira de usar os mecanismos digitais é oferecer conteúdo aos pacientes, criando um diálogo mais forte com eles, além de passar informações relevantes e desmistificar boatos que possam induzir o indivíduo ao erro, com promessas de curas ou relatos de contraindicações ou riscos não embasados pela ciência.