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Ligas acadêmicas e sociedades médicas: parceria de sucesso

Por:

Bruno Aires

- 21/11/2023

Ligas acadêmicas e sociedades médicas: parceria de sucesso

O trabalho de sociedades médicas, em conjunto com as ligas acadêmicas, aproxima o movimento associativo dos estudantes e traz benefícios para todos, inclusive aos pacientes.

Para muitos estudantes de Medicina, decidir quais serão os seus rumos profissionais após se formar é uma incógnita. Hoje, com as mais de 50 especialidades médicas reconhecidas no país, pode ser difícil optar por uma delas. Por isso, as ligas acadêmicas vêm se aproximando cada vez mais dos estudantes e, nesse processo, muitas contam com o apoio e a parceria de grandes sociedades de especialidade. Um exemplo é o que acontece na Oftalmologia.

“As ligas acadêmicas são ambientes de fomento às atividades extracurriculares pautadas no tripé ensino, pesquisa e extensão, permitindo ampliar os conhecimentos adquiridos durante as aulas. As sociedades, ao estimularem esse tipo de atividade, trazem para perto de si o futuro da Medicina e incentivam a formação de profissionais que desenvolveram, desde a graduação, conceitos de liderança, gestão, trabalho em grupo e diversas habilidades que não fazem parte de um currículo médico tradicional”, explica Luís Expedito Sabage, presidente da Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Oftalmologia (Ablao).

Segundo ele, atualmente são mais de 130 ligas acadêmicas da especialidade no país, reunindo cerca de 2.200 estudantes. Em parceria com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a Ablao vem colhendo bons frutos, como o lançamento recente de um livro em conjunto que busca guiar os estudantes sobre os passos para a iniciação científica.

“Trabalhamos juntos, também, em campanhas de conscientização e voluntariado. Além disso, a Ablao participa ativamente do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, com uma sessão idealizada por estudantes e com descontos para alunos, estimulando os jovens amantes da Oftalmologia a participarem das atividades do CBO e do meio acadêmico desde cedo”, afirma Sabage.

AS LIGAS ACADÊMICAS:
 
· São ecossistemas formados por estudantes, geridos e planejados por esses mesmos estudantes. Médicos e outros profissionais da Saúde exercem o papel de facilitadores e mentores do ensino;

· São palco de diversas atividades de extensão que, muitas vezes, envolvem voluntariado educativo e assistencial, permitindo ao estudante impactar regional e nacionalmente na saúde da população;

· Permitem aos profissionais mais experientes o contato com novas formas de fazer Medicina, renovando seus conhecimentos;

· Desenvolvem nos estudantes a percepção da necessidade de associações organizadas para defender a profissão e para potencializar o impacto de ações, pesquisas e projetos.
 
* Essas definições são de Luís Expedito Sabage, presidente da Ablao

Parceria bem-sucedida

Para o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino, a proximidade das sociedades de especialidades com as ligas acadêmicas é benéfica para todos. “O intercâmbio de informações entre os médicos especialistas e os acadêmicos constrói uma rede de conhecimento baseada na ética, na experiência e na responsabilidade. O resultado final dessa troca será a boa prática médica, trazendo o maior benefício aos pacientes. A jornada de um médico é muito longa. Por isso, a edificação de uma carreira em bases estruturadas garante sua longevidade e seu sucesso”, defende.

A parceria entre sociedades e ligas acadêmicas traz também outro resultado importante: a consciência de como é importante o movimento associativo dentro da profissão. “A compressão da importância de um movimento associativo, muitas vezes, é algo distante da vida do acadêmico de Medicina. O sentimento de pertencimento a uma sociedade é algo que ajuda a aprender mais sobre o papel da entidade e a compreender sua importância. Ser médico é muito mais que atender bem um paciente durante a consulta: ser médico é compreender todo o ecossistema necessário para um bom desfecho para o paciente”, conclui.

 “O intercâmbio de informações entre os médicos especialistas e os acadêmicos constrói uma rede de conhecimento baseada na ética, na experiência e na responsabilidade. O resultado final dessa troca será a boa prática médica, trazendo o maior benefício aos pacientes”
 
Cristiano Caixeta Umbelino,
presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)

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