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Congresso SOCESP discutirá prevenção e tratamento da principal causa de morte no Brasil

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Universo DOC

- 29/05/2024

O evento terá conferencistas internacionais, lideranças acadêmicas e simpósios conjuntos com o American College of Cardiology e a publicação científica Circulation, além de eventos com profissionais de saúde de oito áreas, diversas pesquisas e estudos que serão apresentados

A 44ª edição do Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP será realizada nos dias 30, 31 de maio e 1º de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, com a participação de conferencistas dos Estados Unidos, México, além de lideranças acadêmicas da Cardiologia e profissionais de oito áreas, como educação física, enfermagem, farmacologia, fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia e serviço social e um grupo de estudos em cuidados paliativos. O evento terá os seguintes destaques:

Estudo que será apresentado constata que 99,7% dos pacientes com doenças cardiovasculares não controlam fatores de risco: Especialistas irão debater, pela primeira vez, o Registro Brasileiro de Doença Aterotrombótica – NEAT, com dados assustadores. Somente 0,3% dos pacientes com doença aterotrombótica seguem à risca a lista de cuidados para evitar complicações como infarto e acidente vascular cerebral. A pesquisa foi feita com mais de 2 mil portadores de Doença Arterial Coronariana (DAC) – uma das principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo – e de Doença Arterial Periférica (DAP). De acordo com o registro dos pacientes, o controle do colesterol ideal era feito por apenas 8,6% dos pesquisados; a prática recomendada de 150 minutos de exercícios físicos por semana estava sendo cumprida por 12,5%; 20,7% afirmaram fazer a monitoração do diabetes; 31,5% dos consultados apresentavam índice de massa corporal adequado; 40,7% tinham a pressão arterial dentro da meta e 15,7% mantinham o hábito de tabagismo, apesar da doença cardiovascular estabelecida.

Apenas 11% entendem o descontrole do colesterol como risco cardíaco: Em 2022, 227.981 brasileiros morreram vítimas de infarto no Brasil. Entre as causas das doenças cardiovasculares que levam à morte está a dislipidemia. Porém, pesquisa inédita da SOCESP que será divulgada no Congresso revela que a grande maioria não sabe disso.

Novas abordagens para principais fatores de risco do coração serão discutidas: O grande desafio de cardiologistas e profissionais de saúde é a conscientização da população sobre os fatores de risco para o coração. Pesquisa também inédita da SOCESP com 2.764 entrevistados na capital paulista e em cidades do interior de São Paulo revelou o desconhecimento a respeito dos antecedentes que levam a problemas do coração. Somente 8% mencionaram diabetes; 11% o colesterol elevado; 11% a obesidade; 11% a hipertensão; 12% apontaram a falta de atividade física e 13% a alimentação não saudável.

Tabaco reduz expectativa de vida em até 14 anos das mulheres e 10 anos dos homens: O cigarro reduz em até 14 anos a expectativa de vida das mulheres e em 10 a dos homens. A conclusão é de uma análise global de estudos internacionais. Durante o evento será celebrado o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio). A assessora científica da SOCESP e especialista no tratamento do tabagismo, Jaqueline Scholz, explica que a redução da expectativa de vida se dá por que os consumidores de cigarros apresentam índices de nicotina no organismo muito elevados.

Congresso da SOCESP debaterá a relevância da espiritualidade no enfrentamento das doenças cardiovasculares: Um estudo finlandês, que será debatido no evento, comprovou que ações empáticas voltadas a terceiros têm efeito protetivo para o coração de quem as pratica, promovendo níveis mais baixos de pressão arterial na idade adulta, além de prevenir a hipertensão.

77% dos cardiologistas e profissionais da saúde consideram que a tecnologia melhora resultado de terapias propostas e diagnósticos: Uma pesquisa da SOCESP, junto a cardiologistas e profissionais da saúde, como nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros, apontou que 77,2% dos consultados concordaram que a tecnologia melhora os resultados das terapias propostas e a acuidade dos diagnósticos e 94,9% estão abertos para aprender mais sobre o assunto. Para 34,2% dos entrevistados, o bônus com a aplicação das novas tecnologias é o monitoramento do paciente. Outros 34,2% acreditam que o engajamento aos tratamentos por parte dos doentes é facilitado na medida em que o médico se apropria de métodos interativos.

Inteligência artificial à serviço da saúde cardiovascular: 33% das mortes no mundo são causadas por doenças cardiovasculares e 90% dos infartos fatais seriam reversíveis com medidas e diagnósticos mais assertivos.  O Congresso da SOCESP debaterá as inovações em tecnologia que já auxiliam os cardiologistas

A cardiologia colhe os frutos da Medicina 3.0, com diagnósticos mais pontuais, desoneração da saúde e medicina mais humanizada: Pesquisadores empregaram machine learning (ML) – uma subdivisão de IA que utiliza algoritmos – para prever riscos a longo prazo de uma pessoa que já sofreu síndrome coronariana aguda ter recidivas. O trabalho conseguiu otimizar a identificação de indivíduos com probabilidades superiores de adoecer novamente. A taxa de recorrência de um novo evento cardiovascular em um período de 12 meses após o primeiro é 26%. Até então, o que havia eram escores de risco tradicionais, que melhoravam a definição da estratégia terapêutica inicial na síndrome coronariana aguda, porém não foram concebidos para apurar problemas individuais a longo prazo. Com o emprego de ML foi possível alcançar 90% de acerto sobre outra ocorrência cardiovascular relevante naquele paciente. O estudo será apresentado no evento.

De cada 10 pessoas, nove não sabem que a obesidade é um dos principais fatores de risco para doenças do coração: “O excesso de peso precisa ser combatido e não tolerado”, afirmam especialistas. É preciso estimular a mudança do estilo de vida, incluindo dietas saudáveis e atividade física na rotina. As novas estratégias para buscar eficácia com os pacientes serão debatidas no Congresso da SOCESP. Segundo a American Heart Association (AHA), em 20 anos, as mortes por doenças cardiovasculares (DCVs) relacionadas à obesidade triplicaram nos Estados Unidos. A Federação Mundial de Obesidade projeta que, até 2035, um em cada quatro adultos viverá com obesidade. Já no Brasil, estima-se que 60% dos adultos convivam com sobrepeso e 26% com obesidade. O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, registrou 24.678 óbitos de indivíduos com idade entre 30 e 69 anos por causas cardiovasculares ligadas à obesidade entre 2010 e 2021, sendo maior o número de mortes entre 2019 e 2021.