As oportunidades dentro da Medicina têm se mostrado cada vez mais atrativas para jovens médicos. Porém, escolher o caminho certo, ainda mais ao pensar – erroneamente – que há apenas uma única possibilidade, pode se tornar uma frustração, quando, na verdade, é possível ser bem-sucedido em mais de uma área.
Bernardo Barros é cirurgião vascular, professor e pesquisador, além de CEO da plataforma Med Praxis Hub Institute (MPHI). Um dos motivos para ter seguido na Cirurgia Vascular foi por influência do pai, que é da mesma especialidade, e, antes de entrar na faculdade, ele teve a oportunidade de participar de um curso de instrumentação cirúrgica, o que o motivou ainda mais em sua decisão.
Barros afirma que, considerando a evolução da Medicina e da Cirurgia Vascular, é inegável enxergar as diferenças entre o modelo que o seu pai seguia e o atual:
“Esse choque de gerações é excelente, porque vemos os modelos clássicos de tratamento que ainda são muito usados, mas também enxergamos os avanços. Assim, podemos avaliar quando é melhor indicar o procedimento ou o tratamento clínico, por exemplo”. |
Para além da Cirurgia Vascular, Barros percebeu a oportunidade de seguir outros ramos profissionais que estivessem entrelaçados a sua paixão pela Saúde. Ele explica a relevância de ter uma atuação multifacetada e, acima de tudo, bem-organizada:
“Saber lidar com o tempo sem sobrecarregar outras áreas da vida é sempre um desafio. Mas considero que todos os médicos já têm essa sobrecarga desde a faculdade. O que podemos fazer é ajustar isso da melhor maneira possível. Se eu puder dar uma dica, priorize os cuidados com a sua vida pessoal”. |
Uma de suas atuações é como um dos CEOs da MPHI, uma plataforma on-line voltada para médicos e outros profissionais da Saúde.
“Durante a carreira, as dores dos médicos, pacientes e alunos nos levaram a pensar em uma maneira disruptiva para aumentar a capacidade e o conhecimento dos nossos colegas”, explica Barros. |
Dessa forma, a MPHI surgiu com a necessidade de levar conteúdos atualizados para todos os médicos, independentemente da localidade.
“Nossa ideia é concentrar um conteúdo validado e resumido para todos que querem estar atualizados em tempo real com o que há de mais moderno e científico de cada especialidade”, pontua. |
Considerando a integração de diversas ferramentas em uma só plataforma, o MPHI permite que os profissionais tenham acesso a variadas ações, tais como:
•Acesso a notícias e conteúdos científicos atualizados em tempo real; •Conteúdos resumidos e traduzidos para o Português; •Criação e visualização de lives; •Criação e participação de cursos. •Networking com outros profissionais da mesma especialidade ou de outras. |
Gestão de carreira e inovações na prática médica
O acesso a plataformas como a MPHI garante uma conscientização maior das soft e hard skills necessárias para o médico, ainda mais pensando nos recém-formados:
“Eles passam por uma crise de identidade muito grande, porque a Medicina mudou e as faculdades ainda não mudaram no mesmo nível. O paciente não é só isso: ele já é um interventor da própria saúde. Isso implica em um conhecimento extremo por parte do médico”, analisa Bernardo Barros. |
Assim, o cirurgião explica que o médico precisa de todos os cuidados para uma carreira mais completa em relação à gestão de carreira, de conteúdo e de mídia e, acima de tudo, em como lidar com um paciente. Além disso, ter uma visão empreendedora se torna outra vantagem para a carreira:
“É uma ótima função cognitiva que pode levá-lo mais longe em diversas áreas. Empreender não é só criar empresas ou desenvolver negócios, mas é também criar uma rede de networking, ou seja, uma rede de pessoas que trabalham da mesma maneira”, destaca. |
Ter uma visão empreendedora é uma atitude que inovará o seu atendimento, assim como estar atento às inovações tecnológicas dentro e fora do consultório. Barros enfatiza que a relevância da tecnologia na Medicina é inegável, trazendo qualidades como a melhora de diagnósticos e acelerando tratamentos. Porém, ele ressalta:
“Tanto para o médico jovem quanto para o que já está na ativa, essa introdução tem que ser parcimoniosa para não atrapalhar a relação médico-paciente, seguindo as determinações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e da ética profissional”. |
Esses e outros avanços graduais na Medicina são um bom indicativo para o futuro, apesar de Barros pontuar a necessidade da melhoria nas políticas públicas na Saúde: “Precisamos tornar o Sistema Único de Saúde (SUS) uma vitrine para o mundo, não como um projeto, mas como uma realidade. A minha expectativa com as tecnologias, as pessoas de destaque e o acesso à informação é que tenhamos uma melhoria nos resultados para a população”.
“Não há mais espaço para o médico que diz que não vai se atualizar em novas tecnologias.” Bernardo Barros, cirurgião vascular |