Começo esse artigo no melhor estilo das apresentações em congressos, declarando meu conflito de interesses: sou apaixonada por marketing, e essa paixão impregna todas as minhas falas (e textos) sobre o tema.
Declaração de conflito feita, caminho aberto também para declarar que por vezes tenho observado a velocidade com que incorporarmos em nosso dia a dia inovações tecnológicas e pensado sobre quais são os impactos que esses novos hábitos necessariamente têm sobre o marketing, e não me refiro apenas no uso dessas ferramentas, mas a forma como esses novos hábitos impactam em nosso consumo de informações e naquilo que naturalizamos.
Esse olhar nostálgico não significa necessariamente saudosismo, mas se você nasceu no século passado, certamente tinha decorados vários números de telefones, conhecia razoavelmente sua cidade e quando precisava se locomover em uma região pouco habitual, consultava o “Guia Quatro Rodas”. Para escrever sobre algo novo, ia para uma biblioteca e lá buscava por livros físicos, copiando referência, manualmente ou fazendo uma fotocópia.
Mais do que nos acostumarmos com presenças virtuais, passamos a depender delas para tarefas simples e temos certa ansiedade quando somos privados desse “estilo de vida”, e é curioso perceber que nos acostumamos tanto com informações fracionadas, que, por exemplo, o interesse pelas séries cresce mais do que por filmes, assim como a sensação de que um vídeo com três minutos é longo demais. Esperar, deixou de ser natural ou comum. Temos pressa em tudo e para tudo.
A mágica de hoje, assim como a notícia quente se torna velha amanhã, pois corre à velocidade da luz nas redes sociais. Da mesma forma, notícias falsas se tornam “verdades” nos vídeos de celebridades que construíram suas famas publicando suas opiniões sobre tudo ou qualquer coisa.
No âmbito do marketing, fomos adaptando os discursos e as mensagens, e hoje a lógica da comunicação é bem diferente daquela de “longínquos” 10 anos atrás, tanto sob a ótica de investimentos, quanto de formatos e meios.
Mas como tudo na vida, há aspectos inegociáveis que permeiam o marketing: O “humano” supera em apelo qualquer tecnologia, ou seja, aquilo que fala ao coração fica na memória e gera atitudes positivas; Continuamos querendo ser únicos, e uma comunicação que não considera isso, se perde na massificação, sem capacidade para efetivamente falar com alguém; A persuasão (seja para interesse em um produto, seja para uma mudança de hábitos) requer insistência e o cuidado para que a mensagem se faça presente no momento e no meio correto. |
Essencialmente, vale lembrar da frase de Theodore Levit, na década de 1970: