Quando se fala de finanças nos consultórios, o que vem à mente de vários médicos, logo de início, é a fatia do faturamento que depende, exclusivamente, dos convênios.
Muitos profissionais têm sofrido perdas e diminuição em suas rendas devido à relação cada mais vez mais conflituosa com os planos de saúde. São procedimentos glosados, baixos valores pagos pelas consultas e pelos exames e a ameaça, muitas vezes presente, de descredenciamento.
Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), afirma que a instituição reconhece que o prestador de serviço é peça fundamental na saúde suplementar e entende que é necessário promover mudanças no modelo de remuneração dos profissionais da Saúde, incluindo os médicos.
“A agência vem trabalhando na criação de mecanismos regulatórios para incentivar a adoção de boas práticas na atenção à saúde. O desenvolvimento de novos modelos assistenciais e de remuneração de prestadores também é essencial para garantir o equilíbrio e a sustentabilidade do setor”, defende Rodrigo Aguiar.
Grupo de Trabalho de Remuneração
Para isso, foi criado, em 2016, o Grupo de Trabalho de Remuneração, com o objetivo de debater um modelo de financiamento e remuneração sustentável para o setor.
O grupo de trabalho é formado por representantes de todos os segmentos da Saúde Suplementar: prestadores de serviços, operadoras, representantes de sociedades médicas e entidades representativas de profissionais de saúde.
“A implementação de novos modelos de gestão, de remuneração de prestadores e de assistência aos beneficiários é discutida em grupos e câmaras técnicas, consultas e audiências públicas e nos diversos comitês criados pela ANS.
O grupo de trabalho, especificamente, tem alcançado seu principal objetivo, que é tornar-se um fórum de discussão sobre o tema na Saúde Suplementar, com a participação dos principais atores envolvidos, além de compartilhar as experiências em curso no Brasil”, avalia Rodrigo Aguiar.