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Artigo: Marketing médico- o que pode e o que não pode

Por:

Márcio de Souza

- 10/01/2020

O marketing faz com que as empresas se tornem atraentes perante seus públicos-alvo, gerencia a comunicação, auxilia o departamento de vendas a mostrar o valor deste ou daquele produto ou serviço. Entre várias outras coisas, de uns tempos para cá, monitora o relacionamento da marca junto aos seus clientes.

Todos nós sabemos que o marketing médico tem muitas limitações, mas isso não pode ser um empecilho para divulgar a marca do médico. Pensando nisso, resolvi pontuar algumas questões baseadas em depoimentos espontâneos de médicos, pacientes e outros players do segmento da saúde.

Vejamos o que PODE:

  1. Ter uma marca. Afinal, com o mercado crescendo a cada dia, é preciso, de alguma maneira, diferenciar-se e destacar-se.
  1. Inserir-se na internet, por meio de um site, blog ou conta no Instagram, LinkedIn, Facebook ou Twitter. Escolha um ou alguns e gere conteúdo para o seu público-alvo. Cada uma delas tem uma peculiaridade e uma dinâmica. Enquanto uma prioriza mais a imagem (como o Instagram), um blog permite aprofundar um pouco mais em alguns temas (uma matéria sobre como prevenir tal doença, qualidade de vida, a importância de um ou outro comportamento etc.). É muito importante manter a regularidade, pois, uma vez engajado, seu público-alvo “espera” que haja mais conteúdo, sempre com conteúdo atualizado. De qualquer maneira, gerar conteúdo relevante para os pacientes, informando-lhes sobre doenças e tratamentos, parece ser o caminho mais eficaz para atrair e reter a atenção deles.

Agora, o que NÃO PODE:

  1. Não aderir às redes sociais. Os médicos que não as utilizam para se comunicar estão abrindo mão de um público conectado, que decide rapidamente as coisas com apenas alguns cliques. E pode ter certeza: seu colega (na verdade, seu concorrente) está lá, no Google e no Facebook. Quem não aparece nestas redes será facilmente descartado; simples assim.
  1. Não atualizar sua base cadastral. Esse é um erro que pode ser fatal no relacionamento com os pacientes. É preciso controlar os pacientes ativos, quais voltaram, quais não voltam mais e quais os motivos. Assim, fica mais fácil desenvolver estratégias de comunicação eficazes.
  1. Subutilizar a secretária. Levanto a bandeira há tempos de que uma secretária pode mais. Se bem treinada e motivada, ela se torna uma verdadeira gestora do relacionamento com o paciente e, quando ocorre o contrário, ela pode afugentar todos os novos pacientes, seja por indiferença ou despreparo.
  1. Não investir em conforto no consultório. Um lugar onde o paciente fica mais tempo durante o ciclo de serviço médico não pode ser ignorado. A recepção é o cartão de visitas e deve ser acolhedora, pois o paciente passa muito tempo aguardando, se juntarmos a primeira com as demais consultas. Esse tempo deve agregar valor à marca do médico. O paciente precisa ter a sensação de que aquele lugar foi, de fato, pensado para ele.

Existem muitos outros motivos acerca do que pode e do que não pode, mas o importante mesmo é criar a cultura organizacional de ver o paciente como cliente. Todas as pessoas envolvidas precisam estar alinhadas, motivadas e preparadas para resolver os problemas do paciente, dentro da sua esfera de responsabilidades.

Hoje, há cada vez mais médicos e há cada vez mais pacientes exigentes e criteriosos. Há cada vez mais pesquisas sobre saúde na internet (na verdade, é o primeiro item de busca) e há tecnologias de ponta envolvidas, inclusive na gestão da carteira de pacientes (os famosos CRMs).

Portanto, todo problema (concorrência) tem uma solução (gestão e estratégia), basta desenvolver um planejamento correto e assertivo. Dessa forma, o consultório para o qual os pacientes vão em busca de solução para seus problemas pode se tornar o “consultório S.A.”, no qual o paciente encontra acolhimento e alguém que o auxilie e o oriente e que lhe dê mais qualidade para sua vida.