Nos dias atuais, o contato humano nunca foi tão importante. Em tempos de inteligência artificial, todos nós queremos ser recebidos com cordialidade simpatia e respeito quanto as nossas aflições, em qualquer ambiente. Ações de humanização na qualidade de atendimento visam à capacitação de nossas potencialidades de comunicação interpessoal. Dessa forma, fazer o paciente sentir-se bem acolhido é premissa fundamental para evitar falhas de comunicação e conflitos, por conseguinte.
Na comunicação empática, praticada pelo ser humano, temos a capacidade de interpretar o estado emocional de nosso intercomunicador.
Como nos sentimos acolhidos logo no primeiro contato? Nosso cérebro leva menos de quatro segundos para classificar alguém em confiável ou não. Ele detecta sinais subliminares, como expressões faciais, linguagem corporal, aromas, tons de voz, timbres, faz uma análise em todo o seu banco de dados e relaciona todas essas percepções e te diz se você já se deu bem ou mal em situações parecidas, vividas anteriormente.
Todos esse fatores sensoriais é que nos fazem perceber uma pessoa ou situação como acolhedora ou não.
Todo ser humano necessita de reconhecimento de seus esforços e de seus êxitos. Nosso centro de prazer é estimulado quando percebemos este reconhecimento por parte de outras pessoas. É a afirmação de que estamos no caminho certo. Podemos nos sentir acolhidos desde a impressão visual que temos ao adentrar em um recinto, ou a música ambiente, e principalmente, com nossa percepção do respeito de outrem para conosco.
Atualmente, os treinamentos de humanização e a melhora da qualidade de atendimento através das rotinas de comunicação não violenta e produtiva fazem toda a diferença tanto na vida das pessoas que os exercem, quanto naquelas que são alvo deste tratamento pessoal e diferenciado. É a política de tratamento centrado na pessoa, seu contexto e suas necessidades.
Ações de humanização
As atitudes mais comuns que geram a sensação de acolhimento são o sorriso, a simpatia, a gratidão, a paciência e a demonstração do sentimento puro de querer ajudar ao próximo. Todos reconhecemos a falta de verdade num sorriso forçado, o desrespeito de um olhar “de lado” e um tom de voz sarcástico. A comunicação empática é que nos fornece a capacidade de detectar se as palavras são condizentes com as ações.
Isso é o que gera confiança e diminui, inclusive, os índices de judicialização, frente a um conflito institucional ou interpessoal. Em um mundo que ruma para que sejamos apenas mais um número, vencerá a concorrência quem demonstrar respeito por quem somos e nossa trajetória.
Portanto, em um ambiente feliz, feito de compreensão mútua e acolhimento, toda a produtividade é maior, num motor bem lubrificado.
A liderança humanística tem como objetivo, fundamentar esse clima levando ao todo, uma percepção maior de propósitos e, assim, aumentos importantes na produtividade pessoal e corporativa.
Por Marco Flávio, cirurgião plástico do Hospital Albert Einstein