Sociedades regionais podem ganhar relevância nacional e até internacional, mostrando que “tamanho não é documento”. A Socesp, regional da SBC e departamento da APM, é um dos maiores exemplos
A classe médica é representada por várias entidades. Muitas dessas entidades são sociedades nacionais, que possuem regionais – algumas destas, por sua vez, contam ainda com representações locais.
Com essa estrutura organizada de maneira geográfica, pode-se presumir que são as sociedades nacionais que agregam o maior número de associados e, assim, têm mais força de representação no país. Essa, no entanto, não é uma verdade absoluta. Algumas regionais mostram que “tamanho não é documento”.
Hoje, 54 entidades afiliadas à Associação Médica Brasileira (AMB) representam as especialidades médicas reconhecidas no país. Elas têm, no total, cerca de 860 regionais associadas. Algumas dessas regionais ganharam ao longo dos anos um reconhecimento não apenas local, mas também nacional e até mesmo internacional.
Um dos exemplos é a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), cujo congresso anual reúne milhares de médicos, de todo o país.
“Acredito que a robustez de uma entidade, seja regional ou nacional, esteja no trabalho sério e de constante promoção da ciência, além da prevenção em saúde e do alerta sobre os fatores de risco para o coração, no nosso caso, entre a população. A Socesp persegue isso todos os dias, buscando nos aprimorarmos constantemente por ambos os caminhos. Tudo isso só é possível pelo legado que recebemos das diretorias que nos antecederam e deixaram um terreno fértil”, afirma a atual presidente da Socesp, Ieda Jatene.
Fundada em 1976, a Socesp reúne hoje cerca de 8 mil associados de todo o país. É uma regional da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e também o Departamento de Cardiologia da Associação Paulista de Medicina (APM).“Além de cardiologistas, temos sócios nas áreas de Educação Física, Enfermagem, Farmacologia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social, que são representados em departamentos”, revela Ieda Jatene.
Ao longo de seus quase 50 anos, a Socesp ganhou relevância regional, nacional e até mesmo internacional. Durante o último congresso da entidade, realizado em junho de 2023, por exemplo, o presidente do American College of Cardiology (ACC), Hadley Wilson, esteve presente e ressaltou a importância de parcerias que vão além das fronteiras geográficas. “Foi um congresso fantástico e completo, com Ciência Cardiovascular de alto nível. Juntos, ACC e Socesp lideram como as principais sociedades na luta contra as doenças cardiovasculares no mundo”, ressaltou na ocasião.
O fortalecimento de uma sociedade regional é possível, atualmente, também devido aos recursos tecnológicos disponíveis. Com o uso de mídias digitais e redes sociais, as entidades médicas conseguem se aproximar cada vez mais do dia a dia dos seus associados.
Para a presidente da Socesp, a pandemia de Covid-19 trouxe importantes ensinamentos nesse sentido, abrindo possibilidades e uma nova realidade – em especial para a realização de eventos virtuais e híbridos.
“A Socesp não deixou de promover suas atividades durante a pandemia e ainda ampliou seus canais em mídias sociais, realizando podcasts e palestras em vídeos, disponibilizadas no site da entidade, além de inúmeras outras iniciativas. Estamos atentos às constantes transformações desse mundo novo, tanto que promovemos no último congresso uma Arena inteiramente voltada à inovação e à tecnologia”, destaca Ieda
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