Estar mais próximo dos associados pode ser uma ação simples e com excelente resultado. Muitas vezes, a inadimplência acontece porque o médico prioriza os encargos obrigatórios para o exercício profissional
O início de um novo ano é o momento ideal para os gestores das sociedades médicas avaliarem como as contas da entidade fecharam e como devem ficar no ciclo que começa. O pagamento ou não das anuidades dos associados pode interferir bastante tanto o balanço quanto o planejamento financeiro. Por essa razão, adotar como um dos objetivos para o novo ano o combate à inadimplência pode ser importante para manter saudáveis as contas da sociedade.
Almar Assumpção Bastos, atualmente vice-presidente Científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – regional Rio de Janeiro (SBACV-RJ), acredita que os médicos sabem a importância de se manter associado com uma sociedade da sua especialidade. Porém, a inadimplência das anuidades ocorre, muitas vezes, porque este não é um encargo obrigatório para o exercício da profissão.
“Se você não pagar o CRM, por exemplo, você é suspenso e perde o direito de exercer a Medicina. Se você não paga o IPTU, sua casa pode ir a leilão após um tempo. Sem pagar o IPVA, seu carro pode ser rebocado. A anuidade não se encaixa nessa categoria. Como não é uma despesa obrigatória, no momento que a economia passa por algum problema, ela acaba sendo cortada”, lamenta Bastos, que também já atuou como presidente e tesoureiro da SBACV-RJ.
Para combater a inadimplência, não existe uma receita ou fórmula mágica, mas algumas ações simples podem fazer a diferença. Segundo o vice-presidente da SBACV-RJ, o que ajuda a reverter o quadro de inadimplência alta é a aproximação cada vez maior com o associado, com campanhas estimulando o pagamento, lembretes de vencimento e até mesmo com o contato telefônico direto com os inadimplentes. “Na SBACV-RJ, conseguimos reduzir a inadimplência a menos de 2%. Atualmente, somos a regional da Angiologia com o menor índice de inadimplência do país. O que fizemos de diferente quando eu era tesoureiro e, depois como presidente, foi ficar mais perto do associado. Além das campanhas para lembrar e estimular o pagamento, a Tesouraria liga pessoalmente para o associado que está em atraso e conversa. A maioria nem sabia que a anuidade estava em aberto”, revela Bastos.
Além do contato mais próximo com o associado, Bastos conta que foram adotadas novas formas de pagamento, até mesmo com a possibilidade de parcelamento: “Eliminamos o pagamento por boleto. Agora, apenas no cartão, podendo parcelar até em quatro a seis vezes. Em situações pontuais, em que a anuidade estava em aberto por muito tempo e chegou a um valor alto, conseguimos aumentar o número de parcelas. Com isso, revertemos várias situações, até mesmo trazendo de volta associados que haviam se afastado”.
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