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Acreditação: qualidade certificada para as sociedades médicas

Por:

Bruno Aires

- 02/07/2024

Acreditação qualidade certificada para as sociedades médicas

Certificação de qualidade e de segurança, que há um século começou na área da Saúde, vem sendo um objetivo também das sociedades médicas

A acreditação na área da Saúde começou com grandes hospitais e, hoje, é uma realidade para vários tipos de instituições, como clínicas e consultórios. Mas não só essas entidades podem ter uma certificação de qualidade: também as sociedades médicas vêm se preocupando cada vez mais com a acreditação de suas gestões. Um exemplo disso é a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), que possui a certificação ISO 9001:2015.

“A acreditação é um processo voluntário. Toda instituição que procura ter qualidade em seu trabalho busca fazer essa certificação. É errôneo pensar que a acreditação é apenas um selo para mostrar que tem qualidade. O selo é o resultado, não o foco do trabalho. A acreditação deve ser encarada como um processo em que a governança da instituição tem uma vontade genuína de melhorar a sua qualidade”, explica o presidente da SBA, Luís Antonio dos Santos Diego.

Para ser uma instituição certificada, a SBA passou por um processo para adotar um modelo de gestão de qualidade, desenvolvido pela International Organization for Standardization (ISO) e que pode ser adaptado para organizações em geral, qualquer que seja seu tipo ou dimensão. O processo de acreditação, no entanto, não termina quando a instituição ganha sua certificação de qualidade: ele é renovado constantemente – em geral, a cada três anos.

“Isso é algo importante de se ter em mente. A acreditação não pode ser algo maquiado ou a fotografia do momento. É um processo perene. Primeiro, a instituição passa pelo diagnóstico da acreditadora, para se definir uma proposta de melhoria. Depois, há um processo de educação, em que se formam grupos de discussão para se apresentar os padrões mínimos de acreditação e pensar nas ideias para implementá-los”, explica Luís Diego.
Um pouco de história

A acreditação em Saúde não é algo novo. Na verdade, o primeiro processo de avaliação da qualidade nessa área está completando um século. Em 1924, o Colégio Americano de Cirurgiões (CAC) estabeleceu o primeiro programa de padronização hospitalar (PPH) que se tem notícia. A partir dessa iniciativa, várias instituições de saúde americanas passaram a ser avaliadas, chegando a 3.290 em 1950.

Após a Segunda Guerra Mundial, o CAC passou a fazer parceria com outras instituições, ampliando o PPH a ponto de ser criada, em 1951, a Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (CCAH). No ano seguinte, esse programa de acreditação passou a ser delegado oficialmente à Joint Comission on Accreditation of Hospitals, que até hoje é uma referência internacional em acreditação na Saúde.

Indo além

Para o presidente da SBA, a acreditação da sociedade é também uma forma de estimular algo maior dentro da área da Saúde: a busca constante por qualidade de médicos e organizações.

“O que a SBA faz hoje é estimular que seus associados façam a acreditação de seus departamentos e serviços, até mesmo em hospitais que porventura ainda não estejam acreditados. A sociedade apoia e dá uma assessoria a isso. O interessante é que, como já aconteceu, a acreditação de um serviço de Anestesiologia pode até mesmo estimular que todo o estabelecimento assistencial faça o seu processo de certificação”, destaca.

Além disso, Luís Diego ressalta que, quando os dirigentes de uma sociedade médica se preocupam com a acreditação, estão construindo um importante legado para as próximas gerações de profissionais.

“Toda instituição que pensa em fazer o melhor pelo coletivo, de maneira genuína, quer deixar um legado. O objetivo é o social: é construir uma associação cada vez melhor para a sociedade, seguindo as regulações e parâmetros para garantir mais qualidade e segurança”, conclui.

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