Usando as técnicas de escuta ativa no seu consultório, o médico pode mudar a forma como se relaciona com seu paciente, estabelecendo um atendimento mais humanizado. Lembre-se: o corpo fala!
A escuta ativa é uma habilidade de comunicação que aumenta a recepção correta das mensagens verbais e não verbais. Não se trata de apenas ouvir com atenção e interesse nem a forma como se fala, mas abrange também identificar os sinais que o corpo dá durante uma conversa. Na Medicina, as técnicas da escuta ativa podem fortalecer a relação com o paciente e estabelecer um atendimento mais humanizado.
Escuta ativa = sentidos em alerta + inteligência emocional + empatia
Um dos motivos que faz com que o paciente se sinta satisfeito com o atendimento do médico é a sensação de ter suas preocupações, necessidades e expectativas ouvidas. Para o médico, é importante entender a história pessoal do paciente – e não somente ouvir a “narração” sobre a sua doença. A escuta ativa pode resultar em melhores diagnósticos, maior adesão ao tratamento e a construção de uma relação de confiança com o médico.
Veja a seguir 11 dicas de como usar a escuta ativa com os pacientes
1. Foco: mantenha atenção na interação com o paciente Esforce-se para ouvir não apenas as palavras que o paciente está falando, mas a mensagem como um todo que está sendo transmitida. Não se distraia com o que possa estar acontecendo ao seu redor. |
2. Interesse: demonstre que deseja conhecer a história do paciente Absorva todas as informações que estão sendo transmitidas. Ao demonstrar interesse pela história do paciente, você pode ajudá-lo emocionalmente, proporcionando conforto e acolhimento. |
3. Presença: emita sinais de atenção enquanto ouve Deixe claro que está acompanhando o que é dito. Mantenha contato visual, expresse sinais com o rosto, assinta com a cabeça, sorria e pronuncie onomatopeias, como “Aham”, “Uhum”, “Ah”. |
4. Atenção: leia nas entrelinhas do que não é dito Fique atento à comunicação não verbal. É importante observar a expressão facial e os gestos do paciente. Atente-se para sentimentos não expressados, palavras evitadas, tonalidade, tempo e inflexão da voz. |
5. Empatia: coloque-se no “lugar” do paciente Entenda o ponto de vista do paciente. A empatia é fundamental para construir uma conexão emocional com ele, promovendo uma relação de confiança. |
6. Cordialidade: evite interrupções e julgamentos A abordagem do paciente precisa ser a mais cordial possível. Permita que ele se expresse sem interrupções, sem julgamentos e sem direcionar a conversa para outro assunto. Entenda quais são suas crenças e seus valores. |
7. Espera: aguarde o momento certo para falar Saiba o momento de interromper ou realizar uma pergunta, de modo que o canal de comunicação se mantenha aberto o tempo todo. Não contra-argumente enquanto o paciente ainda estiver se expressando. |
8. Diálogo: busque o máximo de informações Faça perguntas abertas (aquelas que exigem respostas diferentes de “sim” ou “não”). Com isso, tente entender as preocupações, sentimentos e expectativas do paciente. Sempre que possível, comece a pergunta com “Por que?”. |
9. Clareza: utilize uma linguagem de fácil compreensão Usar termos técnicos pode dificultar que o paciente entenda a mensagem. Seja claro e objetivo para assegurar que suas explicações sejam compreendidas. |
10. Confirmação: resuma o que foi dito pelo paciente Ao repassar as informações fornecidas pelo paciente, é possível confirmar se você compreendeu corretamente o que foi dito. Essa ação também demonstra que você esteve atento aos detalhes enquanto escutava. |
11. Feedback:exponha sua opinião Avalie o que foi dito e garanta que o paciente compreenda a sua opinião. Ou seja, dê um retorno analítico para o paciente, construindo assim uma interação importante com ele. |
Ouça um podcast sobre como a relação médico-paciente é um dos pilares da carreira médica.