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Planejamento estratégico: as sociedades de olho em 2025

Por:

Bruno Aires

- 17/12/2024

Estamos no último trimestre de 2024, chega o momento de pensar nas ações a serem implementadas pelas sociedades médicas no próximo ano. Planejar estrategicamente pode trazer excelentes resultados

Quando entramos na “reta final” de um ano, com a chegada do último trimestre, este é o momento ideal de fazer um balanço do que aconteceu nos últimos meses. Também é a oportunidade de começar o planejamento para o ano que se aproxima. Para as sociedades médicas, assim como para cada um de nós, o último trimestre de 2024 é a chance de planejar as ações para 2025 de maneira estratégica.

Segundo Moacir Cavalcante de Albuquerque Neto, primeiro-tesoureiro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os últimos três meses de um ano são, sem dúvida, particularmente estratégicos.

“É o período em que todo o planejamento para o ano seguinte deve ser finalizado e homologado pela diretoria, garantindo que as ações possam ser implementadas logo no início do próximo ano. Além disso, é ideal para ajustar as estimativas de gastos e assegurar um equilíbrio financeiro para a sociedade, evitando prejuízos”, avalia.

O urologista ressalta, no entanto, que este não deve ser um trabalho pontual, mas sim contínuo.

“A SBU mantém um planejamento estratégico contínuo ao longo do ano, essencial para organizar eventos de educação médica que atendem a um público diversificado, incluindo acadêmicos, residentes, urologistas e subespecialista”, destaca.

“O planejamento estratégico contínuo e a homologação no final do ano ajudam a SBU a se preparar para desafios, organizar eventos de grande porte e manter a sustentabilidade financeira, garantindo o sucesso de suas ações e projetos”.

Moacir Cavalcante de Albuquerque Neto
Primeiro-tesoureiro da SBU

Planejamento com foco

Para a sociedade fazer seu planejamento estratégico de maneira eficaz, o primeiro passo é determinar quais serão os focos de trabalho para o próximo ano. Moacir Cavalcante explica que, na SBU, o foco é sempre nos sócios, considerados o maior patrimônio da entidade.

A taxa de adimplência é um indicador-chave do sucesso da sociedade, refletindo o engajamento e a satisfação dos membros. Assim, é essencial entender as falhas que podem estar contribuindo para a inadimplência e encontrar soluções para garantir que os sócios permaneçam adimplentes, pois isso representa uma fonte de renda significativa”, afirma.

O tesoureiro da SBU ressalta que o planejamento também inclui outras ações, que vão além de benefícios diretos para os associados. Firmar parcerias estratégicas com patrocinadores, como as indústrias farmacêuticas, precisa de um planejamento antecipado, a fim de garantir o financiamento de projetos de educação continuada e do congresso nacional da especialidade, diversificando as fontes de receita.

“Outro ponto crítico é a parceria com as seccionais, que pode ser fortalecida com estratégias de bonificação. Propostas de incentivo no repasse de recursos, por exemplo, para as regionais que atingirem taxas de adimplência acima do esperado podem estimular um maior engajamento local e fidelização dos sócios”.
Moacir Cavalcante de Albuquerque Neto, primeiro-tesoureiro da SBU

Outra orientação do urologista para quem pensa o planejamento estratégico de 2025 é ter atenção ao provisionamento orçamentário. Segundo ele, os dirigentes das sociedades precisam fazer estimativas realistas de receitas e despesas, de maneira a garantir com que a associação permaneça financeiramente sólida, evitando o risco de balanços negativos.

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Métricas são essenciais

Algo que caminha junto com o planejamento estratégico é a avaliação constante de resultados. Afinal, se não houver um acompanhamento do que está sendo implementado, dificilmente será possível saber se as ações planejadas foram bem-sucedidas. O uso de métricas e parâmetros é uma maneira eficaz de analisar dados com maior precisão, proporcionando um retrato claro e objetivo da realidade. Isso oferece à sociedade uma base sólida para tomar decisões estratégicas, sejam financeiras ou operacionais.

“Métricas como o número de acessos a eventos on-line, taxa de engajamento e análise de desempenho de postagens em redes sociais ajudam a identificar quais ações estão funcionando e onde há espaço para melhorias. O monitoramento contínuo e a revisão periódica das métricas são imprescindíveis para a sociedade ajustar seu planejamento estratégico de acordo com os resultados observados”, orienta o tesoureiro da SBU.

Dicas para o planejamento estratégico das sociedades*
 
👉 Planejar com antecedência é fundamental para que os projetos sejam implementados no momento certo e de maneira eficaz.

👉 A interação contínua entre a diretoria e as equipes operacionais (gerência, financeiro, contabilidade e jurídico) é imprescindível para garantir o engajamento e o alinhamento de todos os envolvidos.

👉 Também é essencial definir claramente os responsáveis por cada projeto e estabelecer prazos realistas.

👉 Revisar os projetos anteriores ajuda a identificar o que funcionou bem e quais melhorias precisam ser feitas, garantindo um aprendizado contínuo.

👉 Trabalhar com um orçamento realista é fundamental para manter a sustentabilidade financeira.

👉Também não é recomendado planejar ações que sejam complexas demais para a execução operacional que podem levar a atrasos e desperdício de recursos.

👉 O apoio de profissionais mais experientes nas áreas administrativa, financeira, contábil e jurídica, especialmente aqueles que já estão familiarizados com a sociedade, é um recurso valioso.
 
* Dicas baseadas em entrevista com Moacir Cavalcante de Albuquerque Neto, primeiro-tesoureiro da SBU

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