Conheça dicas fundamentais sobre alimentação com foco específico na rotina de atendimentos
A rotina na área da Saúde é intensa. Seja na Pediatria ou em outras especialidades, conciliar horários de atendimento, plantões, descanso, alimentação, vida pessoal, familiar e lazer é uma tarefa que exige muito cuidado. Nesse sentido, muitos profissionais apresentam dúvidas sobre como manter uma alimentação saudável em meio a tantas tarefas. Afinal, nem sempre há tempo suficiente para suprir o corpo de forma ideal.
O fracionamento da alimentação é uma opção fundamental para quem busca equilíbrio e saúde. Alguns especialistas indicam que durante o dia, um ser humano deve realizar de cinco a seis refeições. Caso haja um grande período de jejum, o sistema metabólico pode ser prejudicado.
Outro ponto essencial a se ter atenção é a hidratação do corpo. Durante o dia a dia de trabalho, manter uma garrafa ao lado pode ser uma grande dica para um profissional não se esquecer de beber água. A recomendação para um consumo saudável é de pelo menos 30ml/kg.
No geral, o consumo de fibras e alimentos probióticos também é de extrema importância para a saúde gastrointestinal. Frutas, legumes, verduras e alimentos ricos em gorduras “do bem” (entre eles: abacate, azeite extravirgem e oleaginosas) também devem ser consumidos diariamente, sempre com moderação.
Bebidas como cafés e chás também podem ser incluídas na rotina de forma moderada. Assim, é possível manter o corpo com energia para as intensas tarefas. Entretanto, deve-se evitar a superestimulação do Sistema Nervoso Central (SNC) para que o que seria benéfico não se torne prejudicial.
Caso seja possível levar uma marmita ou pedir alguma refeição no trabalho, é muito importante que o prato tenha os nutrientes equilibrados. O Manual de Alimentação Saudável, publicado pelo Hospital Sírio-Libanês, indica a inclusão dos seguintes alimentos em seu almoço:
Geralmente, os lanches rápidos, como batatas chips, refrigerantes e demais produtos processados e/ou ultraprocessados de fácil consumo são extremamente atrativos. Porém, muitos destes alimentos possuem uma quantidade de sódio que ultrapassa o limite diário indicado e, com o tempo, podem desencadear problemas de saúde. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a recomendação de consumo é de, no máximo, 5g de cloreto de sódio por dia.
Uma dica destinada aos médicos plantonistas é que estabeleçam um número de refeições completas, como almoço, café da manhã e jantar. Após estabelecidas, pensar em pequenos lanches entre as grandes refeições é fundamental. Nestes intervalos, é possível optar por: frutas da estação e/ou desidratadas, oleaginosas, cenoura baby, iogurtes naturais, entre outros.
Ao levar em consideração o tópico anterior, é possível enfatizar a relevância dos intervalos na vida de um médico. Destinados ou não à alimentação, esses períodos de descanso são fundamentais e não devem ser negligenciados. Entre uma das principais consequências do não cumprimento desta orientação está o aparecimento de sinais e sintomas que indicam algo anormal no organismo, como no caso da síndrome de Burnout.
Essa condição pode ser rapidamente resumida como um esgotamento físico e mental. Segundo dados da pesquisa Burnout in Pediatric Residents: Three Years of National Survey Data, publicado pela revista Pediatrics, as taxas de Burnout entre os residentes de Pediatria têm se mantido altas. Em 2016, 2017 e 2018, as taxas apresentadas pelos residentes participantes do estudo foram maiores de 50%.
Tal prevalência revela a necessidade de conscientização sobre autocuidado. A alimentação se insere neste cenário como um ótimo regulador de humor. Além disso, alimentar-se de forma balanceada e nos horários corretos tem um grande papel na preservação da saúde mental, assim como os demais hábitos saudáveis como atividades físicas e boa rotina de sono.
Toda mudança de hábitos envolve um processo. Ele nem sempre será fácil, porém é possível. Portanto, planeje seus horários, separe tempo para descanso e lazer, não deixe de se alimentar durante o período de trabalho e, sempre que possível, consuma alimentos ricos em nutrientes. Caso necessário, procure auxílio de outros especialistas. Quem cuida também precisa ser cuidado.