Quando há mais de uma chapa concorrendo à diretoria de uma sociedade regional, a associação nacional deve se posicionar? Presidente da Febrasgo defende autonomia e transparência nesse processo
As sociedades médicas atuam de várias formas com seus associados, principalmente porque o alcance de suas ações varia conforme a sua estrutura. Hoje, há sociedades que representam médicos em nível nacional, estadual, regional ou local. Em cada associação, há uma diretoria responsável. A relação entre as diretorias nacionais e as regionais pode mudar conforme o resultado do processo eleitoral. Um grande questionamento que se faz é: as associações nacionais devem se posicionar quando acontece a eleição de uma nova diretoria estadual ou regional?
Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Agnaldo Lopes, é importante que as regionais mantenham sua autonomia nos processos eleitorais. “No caso da Febrasgo, são 27 federadas, uma em cada estado. Essas federadas são autônomas, com seus regimentos e estatutos próprios. Inclusive, cada uma adota um período de gestão – algumas por dois anos, outras por três anos. Não há uma padronização em relação a isso”, explica.
Segundo Lopes, o que a federação faz é reforçar seus valores junto às regionais, entendendo que elas têm independência de suas gestões e, portanto, seus processos eleitorais são autônomos, sem interferência da nacional. “O que defendemos é a necessidade de se manter próximo dos associados. Sempre reforçamos com as federadas a importância de manter o foco nas questões científicas e a transparência nas ações”, ressalta o presidente da Febrasgo.
Regionais igualitárias
Outro ponto importante destacado por Lopes é a igualdade do tratamento que a sociedade nacional faz com as regionais. “Para a Febrasgo, a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) é importante e tem 5 mil associados. Mas a federada de Roraima também é igualmente importante, mesmo com bem menos associados. Porque isso mostra que estamos sendo representados em todo o Brasil”, afirma.
Além disso, o presidente da Febrasgo reforça que um dos valores que a nacional enfatiza junto às regionais é a luta por representatividade e diversidade nas diretorias. “Essas questões são muito discutidas hoje na Febrasgo. No Brasil, 61% dos ginecologistas e obstetras são mulheres. Entre os associados da Febrasgo, 68% são mulheres. Dos nossos residentes, 88% são mulheres. Essa representação feminina também precisa ser vista nos cargos diretivos”, defende.