Ser um prestador de serviço ou ter o próprio consultório? O médico recém-formado se vê diante de diversas possibilidades de trabalho e questões que não são fáceis de responder como essa. É comum ter o desejo de trilhar uma carreira de sucesso com segurança e estabilidade, então, tomar decisões como essa é um passo muito importante para a carreira de um médico.
Pensando em ajudar os médicos nesse momento, separamos a opinião de profissionais e algumas vantagens e desvantagens de cada possível caminho. Confira!
Para a pediatra Juliana Lyra, que equilibra a vida de prestadora de serviço com a de empreendedora, os médicos recém-formados buscam ganhar dinheiro e ter independência com os plantões, já que nesse primeiro momento enxergam dificuldades em abrir seu próprio consultório, principalmente por conta da demora em se obter lucro.
“Logo que terminei a residência em Pediatria comecei a dar plantões. Poucos são os que conseguem abrir um consultório logo de cara, pois demanda muito investimento e pouco retorno em curto prazo”, destaca.
Segundo o cardiologista Marcio Toledo, durante os anos na faculdade, o médico sente que há uma falta de orientação em relação à carreira e sobre as melhores escolhas a se fazer. Atualmente, é possível notar a diminuição pelo desejo de ter o próprio consultório. Cada vez mais médicos têm optado por exercer suas funções em hospitais, perdendo sua autonomia. Muito desse baixo interesse em ser dono do próprio negócio se deve às questões burocráticas existentes ao se abrir um consultório ou clínica. Antes de seguir qualquer caminho, vale a pena o médico pensar em qual tipo de perfil profissional ele se encaixa, pois em todos os modelos de trabalho, há vantagens e desvantagens.
Prestação de serviço
Vantagens · Poucos gastos · Ganho de experiência · Facilidade em obter lucro Desvantagens · Muitas horas de trabalho · Pouca autonomia · Dificuldades na gestão de tempo
Negócio próprio
Vantagens · Mais autonomia · Melhor gestão de tempo · Consolidação de mercado
Desvantagens · Lucro em médio ou longo prazo · Muita burocracia Altos gastos
Para Juliana, um dos grandes problemas em se trabalhar como prestador de serviço é a falta de tempo, por conta da extensa carga horária dos plantões. Além das noites mal dormidas, também se perdem feriados, finais de semanas e momentos de lazer.
“O plantonista pode não ter feriado e passa datas comemorativas longe dos familiares. Em longo prazo, não se tem tanta chance de crescer profissionalmente, como o médico que abre o próprio negócio. É difícil viver como prestadora de serviço em médio e longo prazo, sem que isso exija horas de dedicação. Para a mulher, entendo que seja mais difícil, pois temos que conciliar horas de trabalho e noites fora, com filhos, casa e marido. Muitas conseguem, claro, mas é bem cansativo”, afirma
Toledo ressalta que a principal estratégia para ter sucesso e se consolidar no mercado é ser um bom profissional, pois não adianta ter o melhor consultório ou passar muitas horas em hospitais fazendo plantão, se não oferecer um atendimento de qualidade, que atenda as dores do paciente.
“Acredito que a primeira droga que funciona para o paciente é o médico. Se o profissional não for bom, não existe tratamento eficaz. Ele tem que ser agradável, educado e prestativo para que consiga a fidelização do paciente”, defende.
