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Novos talentos e o desafio para encontrá-los

Por:

Bruno Aires

- 11/12/2023

Procuram-se por talentos

Encontrar um novo colaborador pode ser um desafio que muitos gestores enfrentam. Porém, um novo talento pode estar mais próximo do que se imagina

Encontrar a pessoa certa para uma determinada função pode ser um desafio para quem gerencia uma clínica ou um hospital – ou até mesmo para o médico que administra sozinho seu próprio consultório. Em geral, é preciso realizar um processo seletivo que confirme as habilidades de quem se candidatou para exercer o cargo disponível. Procurar – e achar – um novo talento pode ser difícil, mas ele pode, muitas vezes, estar até mais próximo do que se imagina.

Com mais de 20 anos de experiência em investimentos e gestão de empresas, o CEO da rede de hospitais de olhos Vision One, Rafael Mendes, explica que os processos seletivos podem começar “dentro de casa”, priorizando os colaboradores que já estão na própria estrutura da instituição. “Nos nossos processos seletivos, a preferência é sempre pelos talentos que já temos em nossa estrutura. Caso não tenhamos sucesso, aí abrimos a vaga para o mercado”, conta.

Quando o processo seletivo se direciona para fora da instituição, são utilizadas diversas fontes para encontrar novos talentos, como as redes sociais (especialmente o LinkedIn), as empresas especializadas em recrutamento e as indicações de pessoas próximas. “Nossa experiência é que a indicação é a solução mais efetiva, pois conseguimos trazer talentos com validação de alguém que já conhece nossa cultura e nosso modelo de gestão”, destaca Mendes.

Valorização interna

O crescimento do empreendimento é o que busca o gestor de qualquer negócio – na área da Saúde ou não. Crescer, muitas vezes, significa aumentar a estrutura física (com novas unidades), hierárquica (com novos departamentos) e de pessoal (com novas equipes de atendimento, por exemplo). A tendência é o gestor pensar em contratar novas pessoas para novas funções, mas o CEO da Vision One orienta que um trabalho de valorização interna pode fazer a diferença na equipe.

“Somos defensores de propósito e cultura forte, pois à medida que a empresa cresce, esses elementos serão fundamentais para apoiar gestores, médicos e colaboradores nas suas decisões e em um crescimento sustentável. Por isso, investimos muito em treinamentos, eventos de cultura e integração. Além disso, temos um programa de adesão cultural que se chama Estrelas do Cuidar, com o qual premiamos as pessoas que são nossos exemplos e inspiração”, afirma Mendes.

Além disso, internamente, o CEO explica que são adotadas várias ferramentas de apoio à gestão de pessoas, o que permite detectar novas habilidades entre os membros da equipe atual. “Fazemos reuniões recorrentes e frequentes nas quais gestores e colaboradores trocam conhecimento, alinham e podem fazer sessões de feedback. Temos pesquisas de clima, medição de e-NPS (employee net promoting score) e avaliação anual 360, em que todos são avaliados por seus líderes, pares e liderados. Em relação à performance, trimestralmente temos alinhamentos de OKRs (objectives & key results), que medem as entregas. Assim, conseguimos avaliar e desenvolver pessoas”, detalha.

🔎 Como encontrar novos talentos?

📍  Acompanhamento periódico, treinamento e avaliação interna dos colaboradores atuais ;

📍  Indicações e contatos de pessoas que se relacionam com a instituição;

📍 Anúncio de oportunidades em redes sociais (em especial, LinkedIn);

📍 Empresas especializadas em recrutamento e seleção;

“Se temos um time de alta performance e com forte adesão cultural, os colaboradores serão nossos maiores aliados a encontrar e atrair talentos, sejam eles internos ou externos. Ou seja, escute seus talentos. Também incentive e invista no desenvolvimento dos talentos internos, pois isso reduz muito um potencial choque cultural de uma contratação externa, além de um sinal forte de valorização do seu time”

Rafael Mendes, CEO da rede de hospitais Vision One

Desafio nacional, foco regional

No caso da Vison One, por se tratar de uma rede com unidades em dez estados e no Distrito Federal, a busca por novos talentos passa ainda por outro obstáculo: o distanciamento geográfico. Hoje, o mercado da Saúde no Brasil reúne várias redes de hospitais e clínicas espalhadas pelo país e esse desafio vem se tornando cada vez mais comum. Mendes, no entanto, enfatiza a importância de que cada unidade de uma rede mantenha a sua autonomia e o foco na região onde atua.

“Acreditamos que as pessoas que mais entendem da sua região são os que vivem e trabalham ali. Com base nisso, adotamos um modelo de gestão ágil e descentralizado. Damos autonomia para os gestores locais. Na equipe nacional, focamos em estratégias e diretrizes, trabalhando como catalizadores das melhores práticas locais, incentivando a troca e compartilhando sucessos e lições aprendidas”, explica o CEO.

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