O conhecimento científico é de suma importância na carreira médica para os profissionais da Medicina na hora de diagnosticar uma doença e indicar um tratamento, mas para o paciente esse não é o único atributo esperado de um serviço médico.
Esse profissional é visto como aquele que tem o poder da cura, entretanto, no lado oposto, temos o paciente, um indivíduo fragilizado por sua condição adoentada, mas que espera também o que John Coulehan e Marian Block, autores do livro “A entrevista Médica”, classificam como as “Três habilidades importantes que intensificam a comunicação entre o médico e o paciente”.
Respeito com o paciente
Aceitar o paciente do jeito que ele é. Cada pessoa é única, com suas peculiaridades que devem ser toleradas e valorizadas, mesmo quando há situações em que as atitudes sejam hostis ou partindo de uma teimosia por crer que seu problema de saúde não esteja relacionado com seu estilo de vida.
É preciso ter cautela e compreender a situação desse paciente, que nesse momento ele está fragilizado e pode não aceitar a sua condição. Em vez de focar diretamente nos sintomas, buscar o interesse nos sentimentos do paciente quanto a esses sintomas, o que é uma forma de demonstrar respeito por ele e, com isso, aproveitar para coletar dados mais precisos e uteis para conseguir o diagnóstico.
Ouça tudo o que o paciente tem a dizer com bastante atenção. Tal atitude demonstra ao paciente uma posição de igualdade para com ele. Demonstre também preocupação com o bem-estar dele, avisando-o sobre possíveis dores ou desconfortos na realização de um procedimento.
Sinceridade no atendimento
Seja como pessoa, seja como profissional, ser sincero é um ato autêntico. O médico está ali na condição de profissional que detém o conhecimento científico, mas a sinceridade o coloca no patamar de ser humano, tornando capaz a aproximação do paciente e maior aceitação pelo mesmo, o que também favorece a uma comunicação mais eficaz.
No entanto, ser sincero não significa ser transparente em todos os seus sentimentos. Por exemplo, o médico não deve demonstrar sua irritação caso o paciente se atrase a uma consulta. O profissional deve demonstrar compreensão. Por estar o paciente em uma situação problematizada, ele exigirá do médico compreensão e paciência.
E se for o médico a atrasar seu atendimento, o pedido de desculpas se torna um ato de sinceridade e de respeito. É possível explicar ao paciente que nem sempre é possível seguir a agenda à risca. Nesse momento, a humildade em reconhecer a irritação do indivíduo em não ter sido atendido no horário combinado muda a configuração da relação, permitindo que o paciente reconheça a boa intenção do médico.
Coloque-se no lugar do paciente
Ter “capacidade de perceber com exatidão a experiência e os sentimentos do paciente e de comunicar-lhe essa compreensão” é a definição dos autores para empatia. É ouvir o paciente em sua fala, postura, gesto e sentimentos, permitindo-o que perceba isso. É, antes de tudo, colocar-se no lugar do outro: o médico se põe na condição do paciente que está sendo atendido e é capaz de sentir suas emoções, dúvidas e frustrações.
Dessa forma, o médico permitirá a criação das condições propícias para um clima favorável na obtenção de uma história mais precisa e honesta por parte do paciente.
Sendo empático, o profissional tem a possibilidade de identificar quando uma pessoa exagera na descrição dos seus sintomas ou aquela que minimiza sua situação.