Com um volume de artigos cada vez maior sendo publicado todo ano no mundo, as sociedades médicas vêm enfrentando um desafio para encontrar a melhor forma de lançar suas publicações científicas

Em 2022, estima-se que foram publicados no mundo cerca de 5,14 milhões de artigos científicos. A grande maioria desses textos aborda questões ligadas à Medicina. Muitas publicações são lançadas por instituições de saúde, em especial as sociedades médicas, que desejam promover a atualização periódica de seus associados sobre temas ligados a sua prática profissional. As formas de publicar esses artigos científicos, por conta da evolução tecnológica, vêm mudando a cada ano.

A China é hoje o país que mais publica artigos científicos no mundo – em 2022, foram mais de 1,09 milhão de artigos lançados pelos chineses –, seguida por Estados Unidos, Índia, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Canadá, Austrália e França. O Brasil não figura entre os maiores produtores de artigos científicos, mas é um dos 20 países com mais publicações científicas do mundo (ocupando a 14ª colocação). Além dos já citados, estão com o Brasil nesse ranking: Países Baixos, Suíça, Espanha, Rússia, Polônia, Coreia do Sul, Irã, Turquia e Singapura.

Com tantas publicações e com milhões de artigos sendo publicados todo ano no mundo, é cada vez mais difícil o médico se atualizar hoje com o que há de mais moderno na sua área de atuação. Por isso, as sociedades médicas vêm promovendo ações de incentivo à educação e à atualização dos seus associados, seja por ações digitais, realizando eventos ou por meio das tradicionais publicações científicas.

Promovendo atualização

Para o diretor científico da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Flavio Emir Adura, promover a atualização científica periódica dos associado é uma ação importante tanto para os médicos quanto para a própria sociedade. “A promoção de atualização científica é fundamental, pois garante que nossos associados estejam sempre à frente no campo da Medicina do Tráfego. Além disso, essa constante atualização reforça a imagem da Abramet como uma instituição comprometida com a excelência e a ética profissional, fortalecendo nossa reputação no meio médico e na sociedade”, avalia.

A presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Cibele Carvalho, concorda com essa opinião. Segundo ela, a Medicina está em constante evolução, principalmente na Radiologia, com muitos avanços tecnológicos nas últimas décadas. “O CBR desempenha um papel fundamental na disseminação de conhecimento, filtrando e validando protocolos e tecnologias com base em estudos científicos. Isso é essencial para que os radiologistas possam aplicar as inovações mais recentes em seus diagnósticos, aumentando a precisão e possibilitando a detecção precoce de doenças”, afirma.

Como disseminar informação?

Uma das dúvidas que alguns gestores de sociedades médicas têm é: qual a melhor forma para disseminar informação atualizada para os associados? Outra dúvida frequente: uma publicação única (seja impressa ou digital) – semestral ou anual – com bastante conteúdo ainda tem espaço hoje? Ou o ideal seria fazer publicações periódicas menores, para incentivar e engajar melhor os associados na leitura dos conteúdos? Com tantas opções hoje, não existe uma fórmula de sucesso.

“Adotamos uma abordagem híbrida na disseminação de conteúdos. Oferecemos atualizações regulares por meio de nossas plataformas digitais, incluindo publicações escritas e audiovisuais, para manter nossos associados informados. Além disso, realizamos a publicação semestral da Revista Abramet, que é uma compilação abrangente de pesquisas, estudos e novidades no campo da Medicina do Tráfego. Essa combinação garante um fluxo contínuo de informações relevantes e de qualidade”, acredita Adura.

No CBR, o modelo de trabalho é parecido: com uma grande publicação oficial (a revista Radiologia Brasileira), dois grandes eventos anuais (um congresso presencial outro virtual, um em cada semestre) e conteúdos dispensados nas plataformas digitais ao longo do ano. Para a presidente da sociedade, essa abordagem garante que os radiologistas tenham acesso regular a informações valiosas, contribuindo para seu desenvolvimento profissional contínuo.