Todo ano, as entidades médicas organizam eventos, promovendo educação continuada e atualização profissional. Mas nem sempre há um forte engajamento dos associados. Como mudar essa situação?
Início de ano. A sociedade médica já está com sua agenda de eventos pronta ou sendo organizada. Os próximos meses terão congressos, simpósios, jornadas, encontros, ações sociais e outros projetos que precisam da participação dos seus associados para serem bem-sucedidos. Porém, no final do ano, os resultados esperados não são alcançados, devido ao baixo envolvimento dos associados com os eventos propostos. O que poderia ter sido feito para evitar esse retorno negativo?
“Sem dúvida, o grande desafio de qualquer evento, de qualquer sociedade, é você conseguir casa cheia. É você conseguir motivar as pessoas a comparecem nesses eventos científicos. Também há o grande desafio de ampliar a audiência, porque senão você fica falando sempre para as mesmas pessoas”, explica o pediatra e infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da atual gestão e presidente da Comissão de Cursos e Eventos da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).
O médico ressalta que, obviamente, a excelência científica dos palestrantes colabora muito para que a sociedade organizadora do evento tenha sempre “casa cheia”, mas outras ações podem ser realizadas para incentivar o envolvimento dos associados nas atividades que a sociedade promove. “A Sbim tem feito há muitos anos, dentro da sua filosofia, com que o pagador da estrutura do evento sejam os patrocinadores e não os associados. Os preços para as inscrições são condizentes com isso”, afirma Kfouri.
O vice-presidente da Sbim destaca, ainda, que a busca por parcerias, como com secretarias públicas de Saúde, acaba fazendo com o evento crie forças. Na área de Imunizações, o treinamento e a atualização dos profissionais é fundamental. Esse tipo de parceria sempre foi um objetivo nos eventos promovidos pela sociedade. “Isso é bom para todos: para a sociedade, que cumpre seu papel de educação continuada, para o patrocinador, para os associados e para a saúda pública como um todo, que conta com seus profissionais atualizados. Com isso, temos conseguido eventos de grande porte, com muitas presenças”, conta.
Divulgação é fundamental
Depois de organizar a agenda e pensar em como os eventos serão importantes para os seus associados, é preciso que os dirigentes das sociedades reflitam como fazer uma boa divulgação da agenda de eventos. As redes socias e as mídias digitais são, hoje, ferramentas fundamentais para essa divulgação. Muitas sociedades investem em informativos por e-mail marketing e em postagens frequentes em redes sociais, principalmente no Instagram.
Renato Kfouri destaca que existe outra tecnologia que pode ajudar muito a sociedade a envolver seus associados e que ganhou espaço com a pandemia de Covid-19 que o mundo enfrentou nos últimos anos. “Hoje, você tem a transmissão on-line, em que o evento é realizado em um formato híbrido. Mas esse acaba sendo um formato que encarece o evento. O que aprendemos com os eventos virtuais na pandemia é que você tem a possibilidade de gravar o evento e deixar disponível para as pessoas acessarem posteriormente”, destaca o vice-presidente da Sbim.
Segundo ele, disponibilizar o evento no formato on demand traz mais conforto para os associados, que não precisam se deslocar por grandes distâncias nem precisam mexer nas suas agendas de trabalho. O vídeo fica disponível no site da sociedade para ser visto quando o profissional tiver tempo e interesse. “Essa é uma estratégia que estamos adotando em nossos eventos e que vêm trazendo ótimos resultados”, conclui.
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