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Expectativas e frustrações dos pacientes na balança – Parte 5

Por:

Nayara Simões

- 26/06/2020

O que fazer quando um paciente deposita suas expectativas em resultados irreais ou incertos? No dia a dia dos consultórios, esse é um desafio que precisa ser superado para que a relação médico-paciente não seja afetada de forma negativa. Nesse cenário, construir uma relação de confiança em cada consulta e deixar claro todos os desfechos que podem ser alcançados pode colaborar para a prevenção desses problemas.

Porém, diariamente, cada profissional lida de maneira distinta com seus pacientes. Por isso, conversamos com médicos de diferentes especialidades para entender as melhores formas de lidar com alguns desses casos e preparamos uma série especial dividida em 6 partes que será divulgado ao longo da semana (22 a 27 de junho). Acompanhe a seguir a parte 5:

Incertezas com a espera

Assumir a responsabilidade pela chegada de um bebê também não é tarefa fácil. Se construir um relacionamento tranquilo com apenas um paciente é difícil, quando há duas pessoas envolvidas, então, pode se tornar ainda mais. Seja pela presença do pai, da mãe da gestante ou de algum acompanhante, as expectativas e incertezas relacionadas à gestação e ao parto são constantes.

Para o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, autor do livro Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra, lidar bem com essa realidade demanda uma relação de confiança mútua, entre o profissional de Saúde e o paciente. “É comum que pacientes venham até nós como a última opção de tratamento. Nesses casos, temos que deixar claro que sempre faremos o possível para conseguir realizar um bom desfecho, mas pode ser que o resultado não seja o esperado”, destaca.

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Além de ter uma relação de transparência, o médico não deve dar falsas expectativas. “Devemos alimentar as esperanças, mas com toda a verdade, dizendo sempre qual é a realidade de cada caso”, pontua o ginecologista. Para Mantelli, quando as expectativas são depositadas em resultados irreais ou que não saem como o planejado, é importante deixar a paciente informada, em todos os momentos, sobre um “plano B”.

Ele cita, como exemplo, a paciente que deseja a todo custo fazer um parto normal e rejeita a cesárea como alternativa. Porém, nem sempre é possível atender essa expectativa. “Quando a mulher quer um parto normal, mas vira uma cesárea, ela deve entender que o momento mais importante da vida é o nascimento do filho e que o tipo de nascimento não pode estar acima da expectativa da chegada”, defende.

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Outro ponto de muita relevância abordado pelo obstetra é a melhor maneira de lidar com as expectativas do pai do bebê. “Acho que a participação do pai é fundamental para que a gente consiga ter uma integração melhor, principalmente no momento do nascimento” opina. Além desse aspecto no atendimento, ao analisar o cenário geral, Mantelli destaca que contratempos podem acontecer. “Isso serve para que possamos aprender a nos aprimorar, já que buscamos a excelência no atendimento ao cliente”, enfatiza.

“É comum que pacientes venham até nós como a última opção de tratamento. Nesses casos, temos que deixar claro que sempre faremos o possível para conseguir realizar um bom desfecho, mas pode ser que o resultado não seja o esperado” – Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra.

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